13 de maio é dia de reafirmação da luta identitária

Liberdade é força-motriz que nos possibilita a autonomia de ser pessoa, ter uma identidade própria.

A menina que tomou água sanitária para ficar branca e igual às outras, até hoje enfrenta dores gástricas. Porque a menina tomou água-cloro?

por Arísia Barros no Cada Minuto

Pergunte a turma que tem 11 anos, como ela. Não, ainda não somos livres

Estaremos em uma silenciosa guerra civil que nos restringe a mobilidade de ser pessoa?

A hierarquia de valores alimenta a ferocidade do racismo,categorizando, seccionando o corpo social. Tia porque dói tanto ser negro? A dor do menino da escola ainda transborda como uma violação a auto-estima da infância no Brasil. O racismo é cruel!

A Lei Federal nº 10.639/03 ainda enfrenta o quadro neutro em uma contundente e cotidiana batalha por uma igualdade essencial. Não, ainda não somos livres!

Liberdade é ter alternativas, um caminho de escolhas e possibilidades, sem as fronteiras punitivas e limitantes.

Mariazinha que um dia sonhou em ter seu “baile” de formatura descobriu (Eureka!) que era negra, feia e tinha cabelo ruim. Os sonhos de Mariazinha tropeçaram no batente da intolerância alheia: Dá licença !

Não, ainda, não somos livres!

13 de maio é dia de reafirmação da luta identitária

Estaremos nós condenados a essa abstração de liberdade ou a esses lugares do nada ser

O menino de guias no pescoço que um dia incorporou sua ancestralidade foi banido por códigos de valores distintos e exclusivos da escola. Encarceraram a alma do menino em territórios com atalhos para a fórmula do descarte étnico. Estado laico? As escolas ensinam religião. E hierarquizam o reino dos céus.

A polícia mata moto boy negros como represália por eles serem negros. Afinal,é preciso agir de acordo com a cartilha que ensina que negro, até prova ao contrario, é “elemento suspeito”.

Mataram meu filho porque ele era negro, diz a mãe, Elza Pinheiro dos Santos, pedagoga, 62 anos, em uma difícil travessia de sentimentos. E continua: “Acho que, sem dúvida nenhuma, existe aí a questão da cor da pele. Sabemos que o nosso Brasil é preconceituoso. Já conseguiu alguns avanços. Mas o preconceito parece uma erva daninha que, se você não arrancar bem a raiz, ela brota. E brotou. Acho que teve preconceito”.

Hoje não somos mais elementos suspeitos estamos nos transformando em cadáveres.
122 anos após a abolição inconclusa ser negro no Brasil é transgressão.

E nós ainda nos permitimos calar como cúmplices de uma chacina cotidiana.

Vivemos aprisionados em nossos valores de cargos e tradições. Não, ainda não somos livres!
13 de maio é dia de reafirmação da luta identitária.

Fonte: Cadaminuto

+ sobre o tema

Depoimentos de Escravos Brasileiros

Em julho de 1982, o estudante de história Fernando...

Raízes – Kunta Kintê

Depois do livro de Alex Haley se tornou mundialmente famoso, o...

Lei do Ventre Livre

A Lei do Ventre Livre determinava que os filhos...

Escravatura: Como ensinar um tema tabu às gerações futuras?

Os filmes tentaram muitas vezes descrever a história da...

para lembrar

Rotas da escravidão

É difícil saber quantos africanos foram trazidos para o...

Fotografias definiram a visão que o Ocidente tem da África

Imagens de africanos começaram a circular pela Europa no...

História reescrita

OAB Nacional quer instituir Comissão da Verdade da Escravidão...

Os escravos loiros de olhos azuis da Europa

Parece bizarro imaginar que Finlândia e Suíça, que hoje...
spot_imgspot_img

Toussaint Louverture, o general negro que libertou o Haiti

Toussaint Louverture liderou a revolução haitiana que conquistou a libertação de dezenas de milhares de escravos negros da antiga colônia francesa no Haiti e abriu caminho...

Passeio pela mostra “Um defeito de cor”, inspirada no livro de Ana Maria Gonçalves

"Eu era muito diferente do que imaginava, e durante alguns dias me achei feia, como a sinhá sempre dizia que todos os pretos eram...

Caso de dona Maria de Moura pede urgência no combate ao crime de escravidão

Quantas pessoas brancas alguém aqui conhece que passou um, dez, 20, 40, 72 anos em regime análogo à escravidão? Tenho curiosidade em saber. Conte-me nos...
-+=