Pró-reitor de graduação da UFJF mostra avaliação da política de ação afirmativa na instituição

 

A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) iniciou sua política de ações afirmativas em 2006 como parte de um projeto global de inclusão dos grupos sistematicamente excluídos, revelou o pró-reitor de graduação Eduardo Magrone durante a audiência pública sobre cotas, que acontece no Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo ele, o resultado parcial revela que candidatos cotistas têm resultados mais modestos do que não cotistas, e precisam de apoio pedagógico além do convencional para se manterem no curso.

Magrone disse que além da política de ingresso pelo critério de cotas, prevista inicialmente para durar até 2015, a UFJF implantou um núcleo de estudos afro-brasileiros. Para a UFJF, uma das consequências da política de cotas é fazer com que a instituição seja uma produtora de saber sobre essa população, e outras populações da região, que historicamente se vira alijadas do ensino superior.

A seguir, o reitor fez avaliação resumida das ações em curso na universidade, mostrando dados do vestibular de 2008. Foram organizados três grupos de vagas para cursos de graduação: egressos de escolas públicas autodeclarados negros; egressos de escolas públicas com mais de sete anos nessa situação; e não optantes do sistema de cotas.

O desempenho dos candidatos dos três grupos foi analisado pela instituição. Segundo Magrone, o estudo mostra uma tendência de resultados mais modestos dos candidatos cotistas do que dos não cotistas, principalmente nos primeiros anos de curso. O desempenho dos grupos é desigual, disse o reitor, asseverando que a UFJF sabe que precisa providenciar uma solução tópica para neutralizar, reverter essa tendência.

Segundo Magrone, a UFJF detectou que esses alunos precisam, pontualmente, de apoio pedagógico além do apoio estudantil convencional para prosseguirem em seus cursos com rendimento aceitável.

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