Na Band, Deus é negro, nasceu em morro no Rio e canta rap

No Rio ninguém o conhece pelo nome no registro civil, Sergio André Texeira. Só como Thogun, 40, rapper nascido no morro da Serrinha, zona norte do Rio. E é com esse nome, o de seu batismo no candomblé, que o ator, agora budista, será o deus da nova série da Band, “Anjos do Sexo”.

Com seus auxiliares, os anjos Valentina (Carolyna Aguiar) e Santoro (Orã Figueiredo), ele irá orientar os homens nas complicações de seus relacionamentos e (des)aventuras amorosos. “A missão dos anjos é salvar aqueles que amam verdadeiramente. Sexo é importante, mas o amor vale mais.”

Na obra de Domingos Oliveira, ainda sem data para estrear, o tema de abertura é o rap “Caminhada de Deus”, composto e interpretado pelo ator.

Na TV, esse é o papel mais relevante de Thogun. “É muito forte e também engraçado, porque todo mundo tem a imagem de Deus como um cara bonitão, loiro, de olhos azuis, com 1,95m”, diz ele, negro, 1,91 m de altura e 136 quilos.

Até chegar às nuvens e à bolsa de estudos na Academia Nacional de Cinema, foram aulas de português, de rap e bicos como venda de artigos esotéricos. Viveu diferentes papéis entre interpretar sua própria história em “Fala Tu” (2004) e disputar prêmios internacionais com a série “Filhos do Carnaval”.

Agora, acabou sua primeiro filme, “Doizinho”, a história de dois adolescentes e um traficante que vende cachorro-quente recheado com maconha na porta de uma escola.

Mudou-se para a capital paulista há quatro anos. “Para quem busca, aqui é uma oportunidade nova todo dia. Para quem fica esperando, só chuva e cocô de pombo caem do céu.”

 

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