Conselho de Segurança da ONU critica Congo por violações contra mulheres

O Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) criticou nesta sexta-feira o governo do Congo pelas violações em massa contra as mulheres, perpetradas por milicianos e rebeldes hutus.

O órgão exigiu ainda que os crimes sejam combatidos e os responsáveis sejam acusados de “violações flagrantes dos direitos humanos”.

Relatórios da missão da ONU no Congo apontam ao menos 240 estupros durante um ataque de milícias a uma cidade no leste do país.

Mulheres, meninas e bebês teriam sido vítimas dos estupros quando rebeldes ocuparam a cidade de Luvungi, de 30 de julho a 3 de agosto. A cidade ficava a somente 30 quilômetros de uma base das forças de paz da organização. A maioria das mulheres foi estuprada por até seis homens armados, geralmente na frente dos seus maridos e filhos.

  Schalk van Zuydam/AP  
Tropas congolesas protegem moradores de vilas em Walikale, onde a violência está fora de controle

Os oficiais da ONU disseram ter sido informados do ataque somente dez dias depois do ocorrido. Eles dizem acreditar que a população pode ter ficado com medo de uma represália dos rebeldes.

A missão da ONU foi duramente criticada por não proteger a população local. Até recentemente a maior missão de paz no mundo, 1.700 soldados da organização foram retirados do Congo.

O Congo é conhecido pela frequência com que ocorrem abusos sexuais de mulheres e crianças, e já chegou a ser chamado de “capital mundial do estupro” por um enviado da organização. O leste do país ainda sofre ações de violência do Exército e de milícias locais e de países vizinhos, como a Ruanda, sete anos depois do fim da guerra civil em 2003.

A ONU adiou a publicação de um relatório que acusa o exército da Ruanda de participação em genocídios no Congo, depois que o país ameaçou retirar suas tropas das missões de paz ao redor do mundo.

O alto comissário da ONU para Direitos Humanos, Navi Pillay, anunciou que, em outubro será publicado um relatório que detalha mais de 600 violações dos direitos humanos na República Democrática do Congo entre 1993 e 2003.

A República Democrática do Congo tem grandes reservas minerais e tem um longo histórico de conflito. O país enfrenta cinco anos de combates entre forças do governo apoiadas por Angola, Namíbia e Zimbábue e rebeldes, apoiados por Uganda e Ruanda.

Apesar de um acordo de paz e da formação de um governo de transição em 2003, a população do leste do país vive aterrorizada por milícias e soldados.

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