Morte de policial em Osasco-SP é denunciada à OEA

Poderia ser mais um caso suspeito de resistência seguida de morte envolvendo policiais militares de São Paulo com poucas chances de ser esclarecido. Mas a vítima foi um guarda-civil metropolitano (GCM) de Osasco e o comando da corporação comprou a briga. No dia 25 de outubro, o comandante da GCM da cidade, Gilson Menezes, denunciou o caso na Comissão Interamericana de Direitos Humanos em Washington, nos Estados Unidos.

Foi a primeira vez que uma autoridade brasileira denuncia um caso de violência policial na Organização dos Estados Americanos (OEA). Ele atuou em parceria com as ONGs Geledés e Global Rights. “Foi uma execução e agora que denunciamos o caso em instâncias internacionais não tem mais volta. O caso não será arquivado. O que mais me revolta é que os autores ainda estão na rua, trabalhando normalmente”, afirma Menezes.

A morte do GCM aconteceu em 13 de dezembro do ano passado. Ataídes Oliva de Araújo, de 53 anos, que além de guarda-civil era formado em Geografia, estava saindo de um bar com a mulher, por volta das 20 horas, quando foi atacado por três homens e duas mulheres. No meio da briga, Oliva deu um tiro para o chão. Policiais da Força Tática do 14.º Batalhão da PM de Osasco ouviram o disparo e foram ao local.

Segundo versão dos policiais, o guarda-civil atirou primeiro na viatura. Os policiais afirmam que atiraram em legítima defesa. Alguns elementos do laudo da Polícia Técnico-Científica, contudo, ajudam a identificar uma série de lacunas na versão oficial. Conforme a perícia, o local do crime foi “deveras prejudicado”, já que os técnicos encontraram somente um cartucho de pistola ponto 40, arma usada por policiais militares, “indicando que “os cartuchos restantes foram recolhidos antes da chegada da polícia ao local”.

Foram constatados 16 ferimentos no cadáver, caracterizando excesso por parte dos policiais. Além disso, os ferimentos indicam que as perfurações foram produzidas por “tiros disparados a curta distância, com orientação de cima para baixo e contra a vítima tombada sobre o piso”.

Fonte: Estado de São Paulo

O comandante da GCM de Osasco afirma que a denúncia visa a provocar mudanças no atual estágio de violência envolvendo policiais militares. “A corregedoria da PM, que deveria ser independente, é corporativista. Existe uma cultura do uso da arma de fogo na PM”, avalia. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

+ sobre o tema

Jezebel: A Mulher Negra Insaciável – Reconhecendo estereótipos racistas internacionais – Parte VIII

Jezebel ou Jezabel, foi uma personagem bíblica — Rainha de Israel,...

A PM-SP revela sua ideologia em nota oficial

Para suprimir o debate sobre a desmilitarização, Polícia Militar...

7 filmes para entrar de cabeça no Mês da Consciência Negra

Um Deslize Perigoso (2015): ambientado nos dias de hoje,...

STF julga hoje lei que criou o Prouni e as cotas para negros na UnB

do CONEN – Coordenação Nacional das Entidades Negras/Brasil, por...

para lembrar

Um perigo público: Cotas ou Abolição

Fonte: Elio Gaspari, Folha de São Paulo, 21-03-2004  ...

Por racismo em escola, Governo de SP é condenado

Governo tem de pagar indenização de R$ 20 mil...

Migração, racismo e xenofobia

Dia 18 de dezembro, foi comemorado em várias partes...
spot_imgspot_img

PM afasta dois militares envolvidos em abordagem de homem negro em SP

A Polícia Militar (PM) afastou os dois policiais envolvidos na ação na zona norte da capital paulista nesta terça-feira (23). A abordagem foi gravada e...

‘Não consigo respirar’: Homem negro morre após ser detido e algemado pela polícia nos EUA

Um homem negro morreu na cidade de Canton, Ohio, nos EUA, quando estava algemado sob custódia da polícia. É possível ouvir Frank Tyson, de...

Denúncia de tentativa de agressão por homem negro resulta em violência policial

Um vídeo que circula nas redes sociais nesta quinta-feira (25) flagrou o momento em que um policial militar espirra um jato de spray de...
-+=