Estudante de direito chama guarda de macaco e é preso por racismo, no ES

Ele corria com cão na areia da praia quando foi abordado por guarda- vidas.

‘Eu sorri, porque jamais faria isso a uma pessoa’, disse o estudante.

Um estudante de direito, de 30 anos, foi preso por racismo, desacato, desobediência e resistência à prisão, de acordo com a polícia, nesta quarta-feira (30), em Vila Velha, região da Grande Vitória. Ele passeava com um cachorro na praia, o que não é permitido, e foi abordado por guarda-vidas. A polícia disse que o estudante chamou um dos guardas de macaco por não aceitar a intervenção. Leonardo Márcio Mônico garantiu que não teve comportamento racista, pagou fiança de R$ 5 mil e foi liberado.

O jovem estava correndo com um cachorro na areia da praia de Itapoã, quando foi abordado por guarda-vidas. No momento da abordagem, houve uma discussão e, segundo a polícia, o estudante chamou um dos guardas de macaco. “Havia um grupo de guarda-vidas em treinamento no local e ofendidos resolveram fazer um boletim de ocorrência. Em seguida, o homem foi encaminhado ao Centro Integrado de Defesa Social para acionar a polícia”, explicou secretário de Defesa Social de Vila Velha, Ledir Porto.

Leonardo Mônico afirmou que não foi racista. “Eles chegaram para mim e disseram: ‘você me acusou de ser macaco’. Eu sorri, porque jamais faria isso a uma pessoa”, argumentou o estudante.

De acordo com o delegado Robson Martins, no momento em que o rapaz estava sendo levado para o Departamento de Polícia Judiciária (DPJ), ele foi resistente a prisão e agrediu os policiais.

“Tanto que ele não respondeu só por injúria racial. Eu também o qualifiquei em desobediência, em desacato e em resistência a prisão”, afirmou o delegado.

A mãe do jovem ficou revoltada com a situação e reclamou. Segunda ela, o filho sofre de problemas mentais. A doença foi descoberta há um ano e devido ao problema, Mônico abandonou a faculdade que fazia na Europa. “Eu só sei que fui para cima deles para defender meu filho, que ficou muito agitado. Ele toma remédios, tem problemas de esquizofrenia e já foi internado duas vezes. Ele trancou a faculdade por causa da doença, pois estava com a mente muito perturbada na Alemanha e voltou para ficar perto da família”, explicou a enfermeira Rosilda Stippich.

 

Fonte: G1

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