Ação da ApexBrasil faz crescer número de empresas lideradas por mulheres nas exportações

Enviado por / FonteEstúdio Folha

Compromisso pela equidade de gênero e Programa Mulheres e Negócios Internacionais têm resultados positivos e novas perspectivas para 2024

Para promover mudança é preciso ação, compromisso e exemplo. Disposta a transformar o cenário brasileiro de negócios, há um ano a ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) assinou um compromisso pela equidade de gênero e lançou o Programa Mulheres e Negócios Internacionais.

Com o objetivo de ampliar a participação de empresas brasileiras lideradas por mulheres nas cadeias globais de valor e nas exportações do país, os resultados do programa são animadores. Em cerca de seis meses, foram realizadas 33 ações que já impactaram 1.189 empresas sob o comando feminino, e o número de empresas lideradas por mulheres apoiadas pela ApexBrasil saltou de 2.161 em 2022 para 2.883 em 2023, um aumento de 33,4%. No dia 14 de março, o programa recebeu o prêmio de Boas Práticas do Movimento Elas Lideram 2030, concedido pela Rede Brasil do Pacto Global da ONU.

O saldo é ainda mais positivo: o compromisso da ApexBrasil de criar um ambiente igualitário nos negócios, que começou com o apoio de 20 parceiros, já conta com a adesão de 63 entidades e instituições.

Esses, outros resultados e a próxima fase do programa foram apresentados durante o seminário “Mulheres e Negócios Internacionais”, uma iniciativa da ApexBrasil e do Estúdio Folha, ateliê de conteúdo patrocinado da Folha de S.Paulo.

Com a participação de empreendedoras, empresárias, autoridades governamentais e representantes da indústria e do comércio, o evento foi realizado no último dia 18, em São Paulo.

“Tomamos essa atitude porque temos que dar exemplo. A palavra convence, mas o exemplo arrasta. As coisas só mudam se a gente faz algo. Depois de um ano, está valendo a pena, mudanças estão acontecendo, mas ainda há muito a se fazer”, afirmou Jorge Viana, presidente da ApexBrasil, na mesa de abertura do seminário.

O Programa Mulheres e Negócios Internacionais inclui atividades de mentoria, workshops, orientação para comércio digital, rodada de negócios específica para mulheres iniciantes na exportação e eventos para troca de experiências e perspectivas, entre outras.

“O que mais nos impressionou foi a demanda reprimida. Nossas ações ficaram esgotadas e com fila de espera. Existe uma lacuna grande de apoio à liderança feminina nos negócios internacionais”, afirma Ana Paula Repezza, Diretora de Negócios da ApexBrasil.

Os números confirmam a necessidade de romper com a predominância masculina no mundo dos negócios: relatório do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) mostra que, em um país em que mais da metade da população é de mulheres, apenas 14% das empresas que exportam têm liderança de mulheres –o número sobe para 24% entre as de menor porte.

“Esses dados nos obrigam a pensar em políticas públicas. Trabalhamos para mudar essa realidade e estamos convencidos de que podemos fazer isso”, afirma Tatiana Prazeres, Secretária de Comércio Exterior do MDIC, um dos principais parceiros do programa.

Ela reforça a importância das empresas exportadoras não apenas para o país, mas para toda a comunidade. “Empresas que exportam são mais inovadoras, produtivas, remuneram melhor, são mais resilientes e contratam profissionais mais bem qualificados. Mulher no comércio exterior transforma vidas”, diz. Tatiana lembra que o Brasil conseguiu ajudar a incluir o tema “Mulheres e Comércio” como um dos pontos prioritários do G20.

Secretária-executiva do Ministério das Mulheres, Maria Helena Guarezi afirma que ações como a da ApexBrasil têm a pretensão de mudar o cenário atual, onde 31% dos homens têm renda acima de seis salários mínimos, e 22% das mulheres recebem acima desse valor.

“As mulheres não querem apenas empreender, nós queremos estar na decisão desses empreendimentos. Igualdade produz uma sociedade mais saudável”, diz. Maria Helena cita dados da Rede Mulher Empreendedora, que mostram que 7 em cada 10 mulheres empreendedoras possuem uma sócia. “Mulheres no comando trazem mais mulheres para os negócios.”

A abertura do evento também contou com as participações de Patrícia Mourão, coordenadora-geral de Organização Socioprodutiva de Mulheres Rurais do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar; Maurício Juvenal, secretário nacional de Microempresa e Empresa de Pequeno Porte do Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte; Jack Rocha, deputada federal (PT-ES); Beatriz Nóbrega, da Frente Parlamentar pela Mulher Empreendedora; Ana Carolina Querino, representante interina da ONU Mulheres Brasil, e Jaqueline Gil, da diretoria de Marketing Internacional, Negócios e Sustentabilidade da Embratur.

No seminário, um memorando de entendimentos tripartite foi assinado pela presidente da Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), Carmen Lúcia Chaves de Brito, a “Ucha”, pela presidente da International Women’s Coffee Alliance (IWCA), Miriam Monteiro, e por Jorge Viana, presidente da ApexBrasil. O objetivo é estimular a participação de cafés produzidos por mulheres no mercado internacional.

A programação do seminário foi composta ainda por painéis que tiveram moderação da empresária Sauanne Bispo, de Tayná Leite, gerente de Direitos Humanos e Diversidade e do Movimento Elas Lideram da Ambição 2030, da Rede Brasil do Pacto Global, e de Adriana Carvalho, líder da Delegação Brasileira do W20. O evento teve também a participação de Ana Fontes, fundadora da Rede Mulher Empreendedora, no encerramento.

Além das empresas em destaque, nos diferentes painéis houve participação de Silvana Dantas (Assintecal), Cândida Cervieri (Abimóvel), Renata Boes (ABIMAPI), Silvia Antiba (CCAB), da Gerente Executiva de Unidade de Negócios Internacionais do Banco do Brasil, Ecila Garbellini Galhardi, e do Diretor de Empreendedorismo do Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e Empresa de Pequeno Porte (MEMP), Daniel Papa.

Saiba mais sobre Perspectivas para 2024: ações de qualificação, missões e feiras inclusivas e específicas, como o novo curso Mulheres de Negócios: além das Fronteiras e novas edições do programa de mentoria Elas Exportam, em parceria com o MDIC.

+ sobre o tema

Argentina lança sua primeira televisão indígena

Mar Centenera. Buenos Aires, 8 dez (EFE).- A...

Racionais MC’s celebra 25 anos e deixa fãs com mãos ao alto

O grupo Racionais MCs se apresentou nesse sábado...

CartaCapital: Mino Carta e as trevas ao meio-dia

  Por que a mídia nativa fecha-se em...

Especialistas apoiam condenação a torturadores como forma de exemplo

  Após identificar atos de violações de direitos...

para lembrar

Suelaine Carneiro: Direitos Humanos possibilitam mudanças

Confira o material completo produzido pelo Sesc São Paulo:...

Número de negros assassinados no Brasil é duas vezes maior do que o de brancos

Fonte: Correio da Bahia   O número de negros assassinados no...

Autônomo pode baixar aplicativo a partir de hoje para renda de R$ 600

Trabalhador deve receber auxílio emergencial em até 48 horas Por...

Disciplina na USP aborda a cobertura da imprensa sobre as questões raciais

Pela primeira vez desde que foi criado, há...
spot_imgspot_img

Comissão Arns apresenta à ONU relatório com recomendações para resgatar os direitos das mulheres em situação de rua

Na última quarta-feira (24/04), a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos D. Paulo Evaristo Arns – Comissão Arns, em parceria com o Movimento Nacional...

Estudo relata violência contra jornalistas e comunicadores na Amazônia

Alertar a sociedade sobre a relação de crimes contra o meio ambiente e a violência contra jornalistas na Amazônia é o objetivo do estudo Fronteiras da Informação...

Brasil registrou 3,4 milhões de possíveis violações de direitos humanos em 2023, diz relatório da Anistia Internacional

Um relatório global divulgado nesta quarta-feira (24) pela Anistia Internacional, com dados de 156 países, revela que o Brasil registrou mais de 3,4 milhões...
-+=