“A criança que não é abraçada pela vila vai queimá-la para sentir seu calor”.
Colocando esse provérbio em miúdos, sabemos a importância de questionar as maneiras de educar a nova geração, ainda que romper o lugar comum seja extremamente trabalhoso.
Quantas referências paternas você conhece e admira? `Pensando por esse lado, temos um ponto de partida para o rumo da conversa: educar meninos fora do referencial machista e tóxico que conhecemos.
Colocamos aqui algumas dicas que podem ajudar nesse início de processo, arraste para o lado e confira.
Faz sentido para você? E você, pai: quais dessas práticas já coloca no dia a dia ou quais outras poderia citar para enriquecer nossa conversa? Deixe nos comentários.

“Para essa sociedade o bom é que o homem negro esteja morto […] Então a nossa omissão de não falarmos sobre nós mesmos, isso se encaixa perfeitamente nesse projeto de genocídio da população negra”
O enfrentamento que é poder falar de seus sentimentos, de acessá-los e lidar com seus afetos de forma mais saudável, trazemos o Minidoc Afrodengos na Masculinidade: através dessa narrativa, que possibilita a conversa sobre como os homens negros acessam seus sentimentos e como a ausência desses diálogos fortalecem as estruturas racistas.
O homem negro é muitas vezes animalizado, reduzido ao corpo pela sexualização e até mesmo considerado violento puramente por ser negro. Através das narrativas de nossos entrevistados e especialistas, vamos desmistificar esses discursos e apresentar novas realidades, em que a masculinidade negra possa ser pautada de forma coerente, dentro das suas subjetividades.
Um convite para uma conversa, como as que poderiam acontecer entre amigos. Um momento de dar voz para que cuidar e ser cuidado seja uma possibilidade para os nossos.
Veja o minidoc completo aqui:

O Podcast Afrodengos faz uma pergunta: o que contribui na construção de ‘Machos escrotos’ na sociedade?
Você já se perguntou o porquê muitas vezes os homens apresentam comportamentos tão questionáveis, de modo coletivo? E como as masculinidades tóxicas tomam os ambientes em que circulamos, tornando as relações muitas vezes insustentáveis?
Essas e outras perguntas foram respondidas em nosso podcast, através da participação de Noemi Machado, 83: mulher preta, paulistana e especialista em sexologia infantil. Noemi também nos conta como foi para ela enquanto educadora abordar o tema nas escolas em que atuou como pedagoga.
Com apresentação de Larissa Edge e comentários de Daniel Ferreira, o podcast está disponível no link a seguir:

“Quando menino, moleque, independente da dor: chorar era proibido, caiu levantou e acabou”
Quantos choros foram silenciados de nossos meninos? E até um homem se tornar adulto: quanto dos seus sentimentos são inviabilizados para que a imagem de homem másculo não seja corrompida?
Mesmo que a masculinidade tóxica que inicia esses comentários esteja em questionamento atualmente, muito dessa visão permanece nos homens negros: por ser um símbolo de fortaleza, que não exibe inseguranças, que não pode exprimir o mínimo de sentimentos diante do opressor.
Essa necessidade de validar a todo custo sua virilidade, acaba por afastar o homem do cuidado, dos afetos e até mesmo do autoconhecimento. Como podemos iniciar um novo conceito do que é ser homem, sem abrir mão da saúde mental e das fragilidades que nos torna a todos humanos?
O texto Afrodengos na Masculinidade reuniu alguns dados, e convidados que enxergam nesse caminho um sentido para as masculinidades negras saudáveis, para não somente homens negros vivos: mas para homens negros vivos e com qualidade de vida.
Leia a matéria completa aqui:




TEXTO PARA TWITTER/THREADS:
TEXTO 1
Vamos falar sobre saúde do homem preto?
Você sabia que o risco de câncer de próstata chega a ser três vezes maior para o homem negro que se comparado a população branca?
As doenças cardiovasculares também têm alta incidência entre a população negra, sendo uma das principais causas de mortalidade no homem
Muitas vezes, esse assunto não é abordado por conta da masculinidade tóxica, que cria um tabu sobre qualquer mínimo sinal de “fragilidade”
Além dos fatores que já dificultam o acesso à saúde, aliado às outras condições econômicas que nos desfavorece, o preconceito ainda é recorrente quando o assunto é procurar o médico
A sociedade trata o homem preto como alguém que não pode demonstrar fraquezas. Porém, vale lembrar que todos nós precisamos (e merecemos) cuidados
O cuidado com a saúde não pode ser negligenciado: é um assunto sério!
E retomando o comecinho: o recomendado é que o primeiro exame voltado a diagnóstico de câncer de próstata seja realizado a partir dos 45 anos, seja por meio do toque ou de outras formas como o PSA
Então, agora que tocamos no assunto: você já fez algum exame ou consulta médica esse ano?
TEXTO 2
3 coisas que te ajudam no caminho para uma masculinidade saudável:
Estamos inseridos em uma sociedade que reforça padrões de comportamento para o homem negro, sem ao menos deixar espaço para que esse homem se questione: me sinto mesmo nesse lugar? É confortável que eu seja essa pessoa?
Pensando nessa questão, separamos algumas sugestões após um bate papo com o palestrante e escritor João Luiz Marques @joaomarques.psi que aborda os estudos sobre masculinidades e relacionamentos. Segue o fio:
– Permita-se acessar suas vulnerabilidades: o isolamento e a adequação às narrativas de que os homens são imparáveis são usados como fuga, negar as dores causa um acúmulo, que consequentemente será cobrado e refletido no corpo.
– Coloque seus sentimentos para fora: e isso pode ser tanto em uma conversa, quanto por meio das artes. Desenhe, escreva: o importante é que seus sentimentos tenham essa saída, isso auxilia no processo de autoconhecimento.
E por último, mas não menos importante:
– Lembre-se que não há um modelo único de ser homem. Entender que a masculinidade existe sem um formato definido, e que pode se manifestar de modo diferente para cada um traz a liberdade que muitas vezes inexiste. A partir do momento que essas cobranças por um padrão não existem, o homem está livre para exercer sua masculinidade de acordo com o que sente, o que pensa.
O que mais você incluiria nessa lista?