Analfabetismo funcional: o que essas palavras têm a ver com seu emprego?

Todo mundo (ou a esmagadora maioria das pessoas) concorda que estudar é importante para melhorar de vida e que um país desenvolvido não pode prescindir de boa educação. No entanto, você já parou para pensar por quê?

Por Karina Yamamoto, do UOL

Foto: Dione Afonso/ Agência O Globo

E não adianta mais “só” estudar bastante. Além de saber os conteúdos, é necessário desenvolver características que nos permitam entender essas mudanças para solucionar os problemas. Acontece que tudo começa com aprender a ler e a escrever.

“Grande maioria das informações para compreensão de mundo vem do contexto escrito”, explica Ana Lúcia Lima, diretora executiva do IPM (Instituto Paulo Montenegro), uma instituição ligada ao Ibope que trabalha com a definição e a mensuração do analfabetismo funcional desde 2001.

Antigamente, o analfabeto era aquele indivíduo que não era capaz de ler e escrever um bilhete simples, um recado e essa definição ainda é utilizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Há dez anos, existe um outro conceito, que é o analfabeto funcional — ele até sabe ler e escrever esse bilhete simples, mas não consegue usar as instruções de um manual na vida prática, por exemplo.

O que isso tem a ver com seu emprego

O último estudo do IPM traz que 27% dos brasileiros são analfabetos funcionais — pessoas com idade entre 15 e 64 anos, ou seja, uma população que está no mercado de trabalho. Outro dado é que apenas 8% da população é plenamente capaz de ler, compreender e elaborar textos de diferentes tipos, além de se entender bem com os números. Os números são ruins.

Bom, há duas consequências que ajudam a entender por que o analfabetismo funcional deve ser combatido levando em conta os empregos e a economia.

Cerca de 7 milhões de empregos devem ser eliminados nos próximos 5 anos por causa das transformações da chamada “quarta revolução industrial”. Ou seja, se não estivermos preparados, nós podemos estar nesse grupo de futuros desempregados.

A segunda consequência é a falta de competitividade do país no cenário internacional, algo que tem a ver com a produtividade do brasileiro. Para se ter uma ideia, um trabalhador norte-americano produz o equivalente a quatro brasileiros.

Por exemplo, apenas 22% dos diretores e gerentes nos setores público e privado (especialistas de nível superior) são proficientes. Na situação ideal, um indivíduo chegaria a esse nível de alfabetismo ao final do ensino médio. Ou seja, seria necessário que garantir o nível “proficiente” a todos os brasileiros com 12 anos de escolaridade.

Para Lima, o primeiro passo está dado: diagnosticar. O estudo “Alfabetismo no mundo do trabalho”, divulgado na segunda quinzena de fevereiro, traz informações sobre a distribuição dos analfabetos funcionais nos setores produtivos da economia e nos tipos de cargos dentro da hierarquia das instituições.

O estudo foi conduzido pelo IPM (Instituto Paulo Montenegro) e pela ONG Ação Educativa. No conjunto, foram entrevistadas 2002 pessoas entre 15 e 64 anos de idade, residentes em zonas urbanas e rurais de todas as regiões do país.

Para ler o estudo 1 completo clique aqui 

Para ler o estudo 2 completo clique aqui 

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