Ataques a mulheres na Alemanha não foram cometidos por refugiados sírios

Ao contrário do que havia dito na época, a polícia de Colônia afirma agora que não foi um grupo de refugiados recém-chegados à Alemanha que cometeu roubos e agressões sexuais contra mulheres na noite de Ano Novo na cidade

No Pragmatismo Politico 

A Polícia de Colônia, na Alemanha, concluiu a investigação sobre os ataques contra mulheres na cidade na última noite de Ano Novo e, ao contrário do que havia dito na época, afirma agora que não foi um grupo de refugiados recém-chegados ao país que os cometeu.

A informação foi revelada pelo jornal alemão Die Welt no fim de semana e divulgada oficialmente nesta segunda-feira (15/02).

Segundo o procurador-geral da cidade, Ulrich Bremer, há, na lista de procurados pelos crimes, 58 homens: 25 argelinos, 21 marroquinos, três tunisianos, três alemães, dois sírios e um iraquiano, um líbio, um iraniano e um montenegrino. Há, entre o grupo, menores de idade, requerentes de asilo, imigrantes sem documentação e residentes na Alemanha.

No momento, há 13 pessoas presas, cinco delas sob acusações de estupro.

Quase metade dos ataques foi de caráter sexual. Até o último fim de semana, havia 1.054 denúncias de crimes cometidos na noite do Ano Novo; destes, 436 foram relativos a estupros e outras agressões sexuais. O restante é compreendido por roubos, fraudes e danos à propriedade.

Nos dias seguintes aos ataques, a polícia afirmou que entre 500 e 1.000 homens haviam cercado, agredido e assaltado mulheres presentes na festa que acontecia em frente à estação central de trens de Colônia, ponto turístico da cidade.

Na época, a agência France Presse reportou que sindicatos de polícia no país apontavam refugiados como autores dos ataques a mulheres. “Eram em sua maioria jovens árabes e do norte da África“, afirmou, então, o presidente do Sindicato Alemão de Polícia (DPolG), Ernst G. Walter.

A acusação dos policiais implicou as centenas de milhares de refugiados sírios que entraram no país desde setembro, quando a chanceler alemã, Angela Merkel, abriu as fronteiras diante do agravamento da crise humanitária. A suspeita também motivou ataques xenófobos contra refugiados e estrangeiros em todo o país e críticas à política de Merkel e até pedidos por sua renúncia.

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