Ativista Rene Silva é alvo de abordagem abusiva: ‘checaram meu Instagram para saber o que eu postava’

Ativista e fundador do jornal comunitário Voz das Comunidades, Rene Silva usou as redes sociais para relatar uma abordagem policial abusiva que sofreu na tarde deste sábado. Segundo Rene, ele foi parado em uma blitz próximo ao Jacarezinho, na Zona Norte do Rio, e um policial teria perguntado se ele tinha drogas ao ver dinheiro em sua carteira e, ainda durante a ação, teria acessado sua conta no Instagram. “Dessa vez eles passaram dos limites, não acessaram o meu celular, mas acessaram através dos celulares deles para saber o que eu ando postando nas minhas redes sociais. De todas as abordagens mais terríveis que eu já tive, essa foi a que mais me surpreendeu por terem acessado minhas redes sociais e comentarem os tipos de publicações que eu estava fazendo”, contou ao DIA.

Apesar de não ser a primeira vez que usa as redes sociais para relatar abordagens truculentas, o ativista contou que essa mostra a realidade de milhares de jovens que não tem a mesma visibilidade que ele. “Essa não é a primeira vez que eu uso minhas redes sociais para relatar sobre esse tipo de abordagem policial que eu tenho sofrido e que milhares de jovens pretos sofrem diariamente, principalmente nas entradas das periferias e favelas desse país. Comigo não foi diferente. Não está escrito na minha testa, não está escrito no carro que eu ando, não está escrito em nenhum lugar quem eu sou e as pessoas não me reconhecem de primeira. Então, obviamente, a abordagem é como qualquer outra, truculenta”, contou.

“É uma sensação muito grande de impotência. Sábado passado eu estava fazendo a distribuição de 10 mil livros, junto com os voluntários do Voz das Comunidades, no Complexo do Alemão. Quando a gente está tentando buscar força e energia para levar uma esperança para a sociedade, a gente sofre esse tipo de abordagem. É muito entristecedor, é muito chato, mas é importante que a gente dê visibilidade. Eu sou uma pessoa conhecida, as pessoas conhecem meu trabalho, porém, milhares de jovens são abordados da mesma forma e não vira pauta”, completou.

Procurada, a Polícia Militar ainda não comentou sobre o caso.

+ sobre o tema

Polícia que mata muito demonstra incompetência de governos de SP, RJ e BA

Ninguém em sã consciência espera que um policial lance...

Fome extrema aumenta, e mundo fracassa em erradicar crise até 2030

Com 281,6 milhões de pessoas sobrevivendo em uma situação...

Eu, mulher negra…

EU, MULHER NEGRA…Eu, mulher negra…Tenho orgulho de quem sou...

para lembrar

Mãe e filha acusam loja de racismo após suspeita de roubo em Bangu

Vídeo mostra indignação de mulher ao ter bolsa revistada:...

Discriminação e desigualdades raciais no Brasil: obra de Carlos Hasenbalg quarenta anos depois

Em 1978, Carlos Hasenbalg defendeu na Universidade de Berkeley,...

Ranking das 50 cidades mais violentas do mundo tem 21 brasileiras

A ONG mexicana Seguridad, Justicia y Paz (Segurança, Justiça...

Aos amigos do rei, as munições

Na segunda-feira (29/06), a Diretoria de Fiscalização de Produtos...
spot_imgspot_img

Estudo relata violência contra jornalistas e comunicadores na Amazônia

Alertar a sociedade sobre a relação de crimes contra o meio ambiente e a violência contra jornalistas na Amazônia é o objetivo do estudo Fronteiras da Informação...

Líderes da ONU pedem mais ação para acabar com o racismo e a discriminação

Esta terça-feira (16) marcou a abertura na ONU da terceira sessão do Fórum Permanente de Afrodescendentes, que reúne ativistas antirracismo, pessoas defensoras dos direitos...

Caso Marielle: veja quem já foi preso e os movimentos da investigação

Uma operação conjunta da Procuradoria Geral da República, do Ministério Público do Rio de Janeiro e da Polícia Federal prendeu neste domingo (24) três suspeitos de...
-+=