Campanha usa frases e exemplos para ajudar mulheres a identificar se são vítimas de violência

Enviado por / FonteCNN, por Basília Rodrigues

Imagens mostram situações em que a violência e a desigualdade podem estar presentes; medida de conscientização marca os 17 anos da Lei Maria da Penha

Com o aumento da violência contra mulheres no Brasil, começou nesta segunda-feira (7) uma campanha do governo federal de orientação sobre situações que vitimizam as mulheres e de incentivo às denúncias.

A campanha “Brasil sem violência contra a mulher. Brasil com respeito” foi lançada pelo Ministério das Mulheres. A data marca 17 anos da Lei Maria da Penha.

De acordo com o Anuário da Segurança Pública, houve crescimento em 2022 de todas formas de violência contra a mulher. O Brasil registrou, portanto, mais casos de feminicídio, lesões, ataques físicos e também psicológicos, como ameaças, contra as mulheres.

A campanha mostra situações e frases em que a violência e a desigualdade podem estar presentes.

É o caso de uma mulher se maquiando para esconder um machucado; outra que ganha 22% a menos que o colega homem apesar de desempenhar a mesma função; uma deputada ameaçada nas redes sociais. Na sequência, surge a mensagem: “Tem dúvida se algo passou do ponto? Ligue 180. Informe-se, denuncie”.

Para a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, as mulheres agredidas nem sempre têm a percepção de que são vítimas. A campanha apresenta diversos exemplos para despertar a reflexão nas mulheres.

“A campanha mostra que a misoginia é a raiz de todas as formas de violência contra as mulheres, e também das desigualdades de gênero”, diz a ministra.

“Com números tão graves de feminicídio e violência sexual no país, atingindo uma quantidade tão significativa de meninas, esperamos que cada vez mais todas as pessoas – e não apenas mulheres – saibam identificar e agir contra as diversas situações de misoginia presentes em nossa sociedade, seja buscando ou oferecendo apoio, seja denunciando”, acrescenta.

De acordo com os dados oficiais, houve aumento de 6,1% do número de feminicídios em 2022, resultando em 1.437 mulheres mortas simplesmente por serem mulheres.

O número não reflete apenas uma melhora dos canais de registro de ocorrência. Isso porque houve descoberta de mais casos em que os algozes mataram suas parceiras propositalmente. Os homicídios dolosos – aqueles com intenção de matar – cresceram 1,2% em relação ao ano anterior.

Além dos crimes contra a vida, as agressões em contexto de violência doméstica tiveram aumento de 2,9%, totalizando 245 mil casos; as ameaças cresceram 7,2%, resultando em 613 mil casos; e os acionamentos ao 190, número de emergência da Polícia Militar, chegaram a quase 900 mil ligações, uma média de 102 acionamentos por hora.

+ sobre o tema

Mulher diz ter sido assediada e cria empresa feminina de marido de aluguel

Iniciativa surgiu após a idealizadora se sentir intimidada na...

Hoje fui violentada pela Polícia

Porque compartilhar é preciso, necessário e ajuda a sobreviver. Por Cris...

Mulheres são processadas após denunciarem casos de estupros

"Ninguém quer falar sobre coisas que machucam", diz a...

Semana será de julgar casos de violência doméstica

O Rio Grande do Sul registrou mais de 58...

para lembrar

Jandira quer ampliar proteção da Lei Maria da Penha a transexuais

da assessoria de imprensa da deputada federal Jandira Feghali, via...

Homens desconhecem Lei Maria da Penha

Enquete realizada com 500 homens na Rodoviária do Plano...

Senado muda Lei Maria da Penha, e organizações pedem veto

O Senado aprovou, na terça-feira, 10, Dia Nacional de...
spot_imgspot_img

Feminicídio: 4 mulheres são mortas por dia no Brasil — por que isso ainda acontece com tanta frequência?

Mariele Bueno Pires, de 20 anos, foi achada morta em casa, em Ponta Grossa, no Paraná, em 23 de agosto. Em seu corpo seminu,...

Feminicídios no DF cresceram 45% neste ano em relação a 2022

Faltando quatro meses para acabar o ano, o número de mulheres assassinadas em 2023 no Distrito Federal (DF) já supera em mais de 45% os...

Feminicídios no DF cresceram 45% neste ano em relação a 2022

Faltando quatro meses para acabar o ano, o número de mulheres assassinadas em 2023 no Distrito Federal (DF) já supera em mais de 45% os...
-+=