Caso Valdecido Pereira da Silva: Igualdade Racial mobiliza audiência de vítima de racismo

Gestora Municipal mobiliza movimentos que combatem racismo para audiência sobre caso do professor Valdecido

A gestora de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Maria de Fátima Beraldo, está mobilizando os representantes dos movimentos que combatem o racismo e o preconceito para a audiência sobre o caso de Valdecido Pereira da Silva, que acontecerá no dia 10 de fevereiro, às 14h30, na rua Duque de Caxias, 689.

“As vítimas de racismo e preconceito se fragilizam perante o acontecimento dos fatos. Precisamos de união para dar força e segurança a elas. A lei existe, mas é importante que todos participem, para fazer valer esse direito”, explicou Maria de Fátima.

Valdecido disse que o apoio da gestão municipal é importante para o direcionamento do caso, que está sendo acompanhado por vários segmentos. “Com auxílio jurídico e psicológico, estou seguro e com forças para lutar”, afirmou.

O caso

No dia 28 de dezembro do ano passado, o professor de História do Centro de Educação Básica para Jovens e Adultos (CEEBJA) e mestrando pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), Valdecido Pereira da Silva, foi acusado pelo policial civil, Paulo Valério Kwiatkowski, de tentar roubar sua senha bancária.

O professor afirmou que o policial agrediu-o verbalmente, com palavras que remetem ao crime de racismo. No momento da discussão, Valdecido agrediu fisicamente o policial e foi levado preso até o 1º Distrito Policial, onde o policial registrou Termo Circunstanciado de Infração Penal.

Amigos da vítima contataram o órgão municipal para denunciar o caso. Depois de ouvir o relato do professor, o órgão encaminhou para a Procuradoria Jurídica Municipal, para o Ministério Público, para a Defensoria Pública da União, para a OAB e o CDH, que estão prestando assessoria jurídica à vítima.

O Ministério Público determinou à Corregedoria da Polícia a instauração de inquérito policial e uma audiência pública para fevereiro. O caso ainda está sendo acompanhado pela secretaria municipal de Assistência Social, que está prestando atendimento psicológico ao professor.

Grupo de Trabalho

De acordo com Maria de Fátima, o caso ganhou repercussão nacional e está sendo acompanhado por uma verdadeira rede de segmentos que apoiam o movimento em defesa de vítimas de racismo. “Essa visibilidade antecipou o projeto de criação de um Grupo de Trabalho Racial (GTR), em Londrina. Em março, vamos iniciar os trabalhos para a sua instalação, por meio de uma palestra”, adiantou.

Ela disse ainda que, além da Gestão de Promoção da Igualdade Racial, estão participando das discussões para a criação do grupo, o Conselho de Direitos Humanos (CDH), o Movimento Negro de Londrina, a Universidade Estadual de Londrina, a Ordem dos Advogados do Brasil e Ministério Público, entre outros setores da sociedade apoiadores da questão.

Denúncia de racismo ou preconceito pode ser feita por qualquer pessoa ao órgão de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da prefeitura, pelos telefones 3372-4274 ou 3372-4000.

 

 

Fonte: Correio do Brasil

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