Chimamanda Ngozi Adichie: “Nossa época obriga a tomar partido”

Escritora nigeriana defende que “todos devemos ser feministas”, e critica os discursos de ódio tão comuns atualmente

Por CLAUDIA SALAZAR JIMÉNEZ, do El Pais 

Chimamanda Ngozi Adichie. OLIVER CONTRERAS

É a referência mais pujante da luta contra a discriminação sexual. Seu lema “Todos devemos ser feministas” inspirou celebridades como Beyoncé e acabou estampado em camisetas da Dior. Dividindo-se entre a Nigéria e os EUA, a autora de livros tão aclamados como Meio Sol Amarelo e Americanah não se interessa pelas teorias, diz, e sim pela “tessitura da vida”.

CHIMAMANDA NGOZI ADICHIE (Nigéria, 1977) escreveu seus primeiros contos quando tinha 7 anos. Aos 26 publicou seu primeiro romance, Hibisco Roxo, que, como o segundo, Meio Sol Amarelo, tem como palco sua Nigéria natal. Por ambos a escritora recebeu reconhecimento internacional e múltiplos prêmios, mas foi por Americanahque ela recebeu o mais prestigioso —o National Book Critics Circle Award, em 2013 (a Companhia das Letras publicou os três no Brasil).

Adichie cresceu num campus nigeriano. Seu pai era professor, e sua mãe, secretária de admissões. Aos 19 anos tomou o rumo dos Estados Unidos para continuar seus estudos universitários na Filadélfia. Dessa experiência surgiria Americanah, que se passa nos dois países —o natal e o de adoção— pelos quais hoje divide sua vida: passa algumas temporadas em Lagos; outras, em Colúmbia (Maryland). Seu terceiro romance marcou um ponto de inflexão em sua escrita. Nele tomou a liberdade de romper com os limites do gênero, falar da raça, do racismo e da migração nos Estados Unidos, dos problemas da identidade num contexto de desenraizamento.

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