Consciência política

Após o primeiro turno das eleições municipais deste ano, foi impossível não lembrar das palavras do amigo de horas de prosas e escrevinhador baiano, Evandro Calisto.

Por Maurício Pestana enviado para o Portal Geledes

Política não é uma ação que busca o poder por desejo e tão pouco uma receita de bolo. Tenha cuidado com os que falam que "política é assim". A política não é um plano arquitetado para produzir uma pessoa e colocá-la no poder. A política não se resume a questões singulares de classe, gênero e raça. A política sempre será a busca do bem para conduzir o Estado.

A ingênua sede de um grupo extinguir o outro ou dominar o seu algoz, desembocará no início daquilo que se tenta acabar. Bobos são os que acreditam no aniquilar como solução. A ação pautada no ressentimento impõe ao ator a posição menor frente àquele suposto inimigo.

Ser igual naquilo que todos podem ter de bom nos traz respeito, e não as condecorações ou títulos produzidos nas escolas. Do que valem os diplomas sem ações efetivas sejam benéficas para todos? Do que vale a repetição das falas alheias sem a densidade do conteúdo? Do que vale os livros sem compreendê- los? Do que vale a caneta sem a escrita?

A consciência política passará sempre pela identificação dos charlatões que utilizam a desgraça da vida privada para a promoção de si, construindo soluções coletivas vazias. O importante é identificar os vaidosos que imaginam ser sua existência a âncora de todos; perceber quando a força do poder engole a serenidade e enlouquece a alma.

Ser eleitor deve ser uma das mais complexas ações que existe. No mar da pompa, devaneios, jogos de cena, vaidade e artimanhas, identificar o ser político, o líder, é uma tarefa ingrata. Tarefa essa que a maioria dos eleitores paulistanos, 3.096.304 milhões de pessoas, escolheu recusar com votos brancos, nulos e abstenções.

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