por Arisia Barros
O vigia olhava o grupo. O olho do vigia não traduzia interesse pelo bem estar das crianças. O olho do vigia vigiava os passos das meninas e meninos emparedados em um espaço mínimo nos passeios de um Shopping , em Brasília.
Era um sábado, 23, e as crianças cerceadas do direito de ir e vir, vestidas com roupas rotas não despertavam a solidariedade de outros clientes. Eram pobres e pretas.
O vigia vigiava as três crianças invisíveis, para que elas não circulassem no espaço hermeticamente limpo do Shopping.
As crianças em uma posição incomoda e com gestos esvaziados esperavam silenciosas e constrangidas. Elas riam um sorriso para dentro.
Uma das principais conquistas legais, como bem assevera, a Constituição Federal de 1988,a Carta Magna é o direito à liberdade de toda pessoa, o direito de ir e vir sem ser molestada. Isso, realmente, existe?
Enquanto o vigia vigiava o grupo, uma outra senhora paramentada também de vigia trazia mais uma criança para juntar-se a prole dos meninos e meninas pretas.
Parei para olhar a movimentação e a mulher-vigia me interpela- usando a voz maquiada da repressão-: A senhora precisa de alguma informação? Respondi que não, fiz que ia embora e parei mais adiante, no observar a cena.
Depois de juntar todo grupo de crianças- que resolveu invadir o Shopping- o vigia repetindo uma história secular como arquivos caprichosos, feito de impressões, cenas e referências da exclusão, escoltou o grupo e mostrou-lhe a porta de saída.
Em um sábado, 23 de março quatro crianças mal vestidas foram expulsas de um Shopping, em Brasília.
Crianças pretas são sujeitos, sempre, suspeitos. Suspeitos superlativos.
E como eram pobres e pretas todo mundo fez de conta que não viu.
O racismo conta com nossa omissão-cumplice e vai espalhando seus poderosos tentáculos.
E a gente continua fazendo de conta que não vê!
Não é mesmo?O vigia olhava o grupo. O olho do vigia não traduzia interesse pelo bem estar das crianças. O olho do vigia vigiava os passos das meninas e meninos emparedados em um espaço mínimo nos passeios de um Shopping , em Brasília.
Era um sábado, 23, e as crianças cerceadas do direito de ir e vir, vestidas com roupas rotas não despertavam a solidariedade de outros clientes. Eram pobres e pretas.
O vigia vigiava as três crianças invisíveis, para que elas não circulassem no espaço hermeticamente limpo do Shopping.
As crianças em uma posição incomoda e com gestos esvaziados esperavam silenciosas e constrangidas. Elas riam um sorriso para dentro.
Uma das principais conquistas legais, como bem assevera, a Constituição Federal de 1988,a Carta Magna é o direito à liberdade de toda pessoa, o direito de ir e vir sem ser molestada. Isso, realmente, existe?
Enquanto o vigia vigiava o grupo, uma outra senhora paramentada também de vigia trazia mais uma criança para juntar-se a prole dos meninos e meninas pretas.
Parei para olhar a movimentação e a mulher-vigia me interpela- usando a voz maquiada da repressão-: A senhora precisa de alguma informação? Respondi que não, fiz que ia embora e parei mais adiante, no observar a cena.
Depois de juntar todo grupo de crianças- que resolveu invadir o Shopping- o vigia repetindo uma história secular como arquivos caprichosos, feito de impressões, cenas e referências da exclusão, escoltou o grupo e mostrou-lhe a porta de saída.
Em um sábado, 23 de março quatro crianças mal vestidas foram expulsas de um Shopping, em Brasília.
Crianças pretas são sujeitos, sempre, suspeitos. Suspeitos superlativos.
E como eram pobres e pretas todo mundo fez de conta que não viu.
O racismo conta com nossa omissão-cumplice e vai espalhando seus poderosos tentáculos.
E a gente continua fazendo de conta que não vê!
Não é mesmo?
Fonte: Cada Minuto