A defesa da professora Angélica Jesus Batista (foto), que recebeu voz de prisão após policiais confundirem um tablete de rapadura com crack em Santa Cruz do Rio Pardo, a 378 km de São Paulo, irá entrar na Justiça contra o Estado. O advogado José Beraldo afirmou que irá alegar abuso de autoridade na ação de danos morais.
Na sexta-feira (18), a professora estava dentro de um ônibus que foi revistado pelos policiais. Com informações de que uma mulher iria transportar drogas de São Paulo até a cidade, eles revistaram vários veículos em uma base da Polícia Rodoviária.
Em um dos coletivos parados durante a operação, eles encontraram o tablete dentro da bolsa da professora e pensaram que era droga. A polícia deu voz de prisão ainda dentro do veículo. A mulher chegou a ser algemada.
No fim de semana, o delegado seccional de Ourinhos, Amarildo Aparecido Leal, disse que os policiais agiram conforme procedimento padrão diante da situação, mas que, mesmo assim, o caso será investigado. “Essa avaliação que foi feita pelos policias é que pode ser avaliada. Em principio foi um procedimento padrão, até para garantir a segurança dos policiais e dos demais passageiros”, disse.
O defensor afirmou discordar com o procedimento adotado pela Polícia Civil. Ele disse que também pretende fazer uma representação na corregedoria e uma notícia crime ao Ministério Público para que um inquérito seja instaurado.
Segundo Angélica, a policial que a abordou disse que era muita droga e a algemou na frente de todo mundo, enquanto ela era retirada do ônibus. Depois, constatou-se o engano. O que os policiais pensavam ser crack era, na verdade, um tablete de rapadura que a professora levava de presente. Em seguida, a professora foi liberada.
Angélica registrou boletim de ocorrência por constrangimento. Uma outra mulher foi presa horas depois em outro ônibus por suspeita de carregar 2kg de crack.
Foto da rapadura
Fonte: Portal Correio