Por Redação
O último final de semana (24/25 do mês em curso), foi reservado para a celebração do dia da cidade de São Petersburgo, conhecida como “День Города Санкт Петербурга”. No clima da festa, várias pessoas (entre elas estrangeiros), foram até o centro da cidade para participar nas actividades festivas na Av. Nevskiy prospect.
Três estudantes Zambianos, que também saíram para um passeio com as suas amigas russas, foram atacados por Skinheads, como são chamados os racistas na Rússia, espancados e baleados perto do “Dom Knigi” na Nevsky Prospect Metro, dois deles sofreram ferimentos no peito e nas costas, respectivamente, mas o terceiro, estudante da Universidade Bonch Bruevich São Petersburgo do curso de Telecomunicações, foi baleado duas vezes no estômago e um tiro fatal na bochecha direita causando lesões nas gengivas, o que o levou a sangrar muito, tendo acabado por entrar em colapso. Os outros dois foram socorridos por algumas pessoas que se encontravam no local, chamaram a ambulância que realizou os primeiros socorros e foram às pressas para o hospital.
Embora ainda em estado grave, os dois estudantes estão a receber tratamento e já se encontram consciente. Não foi divulgado as identidades dos mesmos.
O caso se encontra sob investigação das autoridades policiais de São Petersburgo Nevsky Região (Dept). Até o momento nenhuma prisão foi feita apesar do crime ter sido cometido num local que está coberto de várias câmaras de segurança.
Essa não é a primeira vez que estudantes africanos são vítimas de racismo na Rússia.
Ataques racistas acontecem na Rússia com uma regularidade impressionantemente alta. Qualquer pessoa que não tenha os traços étnicos de um russo corre perigo, independente de ela ser um estudante africano em São Petersburgo ou alguém do Cáucaso que tenta ganhar a vida em Moscovo.
A cidade de São Petersburgo é conhecida por ser palco de ataques. Em 2006, um estudante senegalês que saía de uma discoteca com alguns amigos foi morto com um tiro de espingarda na qual estava gravada uma suástica nazista.
Um relatório da AI afirmou que até recentemente as autoridades não reconheciam os ataques como um problema. Os políticos ignoram a questão e a polícia ou deixa de investigar as agressões ou as investiga de forma inadequada.
Segundo estatísticas divulgadas pela Ong SOVA, nos seis primeiros meses de 2009, a justiça condenou 54 pessoas por crimes motivados pelo ódio racial. Mas para o diretor da ONG, Alexander Verkhovsky, a justiça deveria ser mais eficiente.
“A proporção dos crimes violentos cometidos por motivação racial e o julgamento efetivo de processos e pessoas envolvidas é, no momento, de 20 por 1, o que é muito baixo. Mas essa situação está melhorando. A polícia de Moscou e de outras regiões do país está prendendo mais agressores”, diz o director da Ong.
Em 2009, dois tenentes angolanos foram violentamente espancados, alegadamente por motivos racistas na cidade de Volsk, no sul da Rússia.
Fonte:Ango Russia