Quatro fotógrafas. Quatro formas de retratar as dores e obstáculos enfrentados pelas mulheres negras, mas também exaltar sua força e beleza marcante. A exposição ‘Iabás’ apresenta o intenso trabalho das fotógrafas Georgia Niara, Jessyca Alves, Juliana Florentino e Nayla Souza Ribeiro, a partir desta quinta-feira (8), Dia Internacional da Mulher, às 19h, no Museu da Imagem e do Som (Miss).
Do Santos
As 30 imagens da mostra, que poderá ser visitada até o dia 6 de abril, além de lançar luz sobre a maneira como a sociedade enxerga a mulher negra é, em muitos casos, fruto de experiências pessoais vividas ao longo da trajetória de vida das próprias fotógrafas.
Georgia Niara apresenta o ensaio Perfume do Invisível, expressando em seis fotografias o sufocante processo da invisibilidade social da mulher negra. “Procurei colocar nas imagens um pouco das sensações que vivemos constantemente, por não sermos ouvidas e nem vistas”, conta a jovem de 21 anos.
Com oito anos de experiência fotográfica, Juliana Florentino, traz toda a ancestralidade africana dos turbantes e pintura corporais para mulheres negras de diferentes idades no ensaio Olhares da Negritude. “Infelizmente, a estética negra ainda é preterida na sociedade. As fotos mostram o quanto as mulheres são maravilhosas”.
Já Nayla de Souza Ribeiro usa da experiência pessoal de ter sofrido com racismo na infância por conta do cabelo crespo, para reafirmar suas origens no ensaio Mulheres de Raízes. “Procuro incentivar as mulheres negras a não perderem sua identidade, usando o cabelo da forma natural, já que é uma das nossas maiores marcas”.
Por fim, Jessyca Alves, na série de oito fotos Identidade Negra, deixa nítido: “Não somos morenas, não somos mulatas e muito menos pardas. Nós somos negras!”
O Miss funciona de segunda a sexta-feira, das 14h às 20h, no Centro de Cultura Patrícia Galvão (Avenida Pinheiro Machado, 48, térreo, Vila Mathias).