A Guiné (oeste da África) realizou neste domingo suas primeiras eleições livres em mais de 50 anos, com alto comparecimento do eleitorado.
O ex-premiê Cellou Dalein Diallo e o líder da oposição Alpha Conde, representantes dos dois maiores grupos étnicos do país, disputam o segundo turno do pleito presidencial.
A eleição havia sido adiada duas vezes desde junho (quando ocorreu o primeiro turno), por conta de tensões étnicas e de violência entre apoiadores dos dois candidatos.
Um observador internacional relatou que a votação deste domingo correu de forma tranquila, e ambos os candidatos disseram esperar que o resultado traga paz ao país, sob commando militar desde 2008, em decorrência de um golpe de Estado.
Os militares tomaram o poder após a morte do presidente Lansana Conte, que havia governado a Guiné por 24 anos.
“Fazemos um apelo aos cidadãos que cumpram seu dever cívico em paz e que façam da eleição e do período pós-eleitoral um momento de redescoberta da irmandade”, disse Diallo.
Risco de violência
O pleito é considerado o primeiro democrático do país desde sua independência da França, em 1958.
Mas correspondentes da BBC alertam para o risco de mais violência caso os resultados sejam contestados por um dos lados.
Diallo, membro da etnia peul, é apontado como favorito, após levar 44% dos votos no primeiro turno, contra 18% de Conde, da etnica malinke.
Se Diallo ganhar, será a primeira vez que um peul governará o país, apesar de o grupo ser majoritário.
Na semana passada, dezenas de apoiadores de Conde passaram mal depois de participar de uma marcha. Quando sites pró-Conde relataram que os manifestantes haviam sido envenenados por apoiadores do candidato rival, os dois grupos se enfrentaram mais uma vez.
A Guiné é o maior exportador mundial de bauxita e tem significativas reservas de minério de ferro. Mas, apesar de sua riqueza mineral, é um dos países mais pobres da África.
Fonte: BBC