Luedji Luna e Margareth Menezes amplificam as vozes das mães pretas do Brasil em show no Rio

Enviado por / FontePor Mauro Ferreira, do G1

Cantoras baianas se encontram em apresentação altiva no festival 'Doce maravilha'.

♪ DOCE MARAVILHA – Com programação pautada por encontros e orquestrada pelo curador Nelson Motta sem os vícios de escalação de eventos similares, a primeira edição do festival Doce maravilha – atração da Marina da Glória, na cidade do Rio de Janeiro (RJ), neste fim de semana – promoveu a inédita reunião em cena de Luedji Luna com Margareth Menezes, cantora e Ministra da Cultura do terceiro mandato do presidente Lula.

Separadas por gerações, mas amalgamadas pela mesma origem soteropolitana e pela negritude, as cantoras baianas reforçaram o elo entre solos e duetos do show apresentado na noite de ontem, 12 de agosto, no Palco Mangolab.

Luedji e Margareth entraram abraçadas em cena ao som de Cordeiro de Nanã (Mateus Aleluia e Dadinho, 1977), música dos grupos Os Tincoãs que soou como canto de superação do povo preto após séculos de luta por justiça e igualdade.

Foi o início do que Luedji caracterizou no palco como “noite extremamente simbólica onde a gente celebra as vozes das mulheres negras do Brasil”.

A teoria foi posta na prática quando Margareth, após reviver o hit tribalista do qual é coautora, Passe em casa (Arnaldo Antunes, Carlinhos Brown, Marisa Monte e Margareth Menezes, 2002), chamou Luedji de volta ao palco para juntas darem vozes à música Mãe preta (2019), composta por Luedji – em parceria com Ravi Landim – para o mais recente álbum de Margareth, Autêntica (2019).

Antes, em momento solo, Luedji Luna tinha evocado a força ancestral feminina das águas ao cantar É d’Oxum (Gerônimo e Vevé Calazans, 1985).

Saudada pelo público com o coro de “Ministra! Ministra!”, Margareth amplificou a força do afro-pop-brasileiro ao reverberar o samba-reggae Faraó (Divindade do Egito) (Luciano Gomes, 1987) – com direito a improviso em verso para encaixar na letra o nome do festival Doce maravilha – e ao dividir com Luedji Luna o canto de Dandalunda (Carlinhos Brown, 2001), outro grande sucesso da cantora projetada em 1987. Fecho de ouro para show altivo que expôs a fraternidade entre duas belas vozes da Bahia preta.

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