Segundo Platini, “o futebol não é, de forma alguma, compatítvel com o racismo” (©AFP)
Na sua coluna editorial da mais recente edição da uefadirect, publicação oficial da UEFA, o Presidente do órgão máximo do futebol europeu, Michel Platini, aborda a decisão do Comité Executivo que permite aos árbitros interromperem os jogos em caso de evidentes actos de racismo.
Ainda frescas nas nossas memórias estão as belas imagens da final da UEFA Champions League em Roma e, mais recentemente, o entusiasmo transmitido pelas jovens jogadoras na fase final Campeonato da Europa de Sub-17, em Nyon, que nos lembram que o futebol é, acima de tudo, uma festa que, através da paixão pelo jogo, une adeptos de diferentes países e clubes.
Perigo
Cabe aos organizadores dos encontros fazer tudo o que estiver ao seu alcance para garantir que estas festas do futebol não são estragadas e que o seu espírito desportivo permanece intacto desde o início até ao fim. Contudo, o facto de o futebol ser um espelho da sociedade, incluindo dos seus pontos negativos, aumenta o perigo de a sua popularidade e exposição mediática serem usadas como plataforma de eleição para indivíduos que procuram emoções que nada têm a ver com as que o desporto promove.
Racismo
Tais elementos degradantes não podem nunca, de todo, ser tolerados, e o racismo – cujos incidentes com ele relacionados se têm vindo a verificar com maior frequência nos estádios nos últimos tempos – não é, em nada, menos grave do que actos de violência.
“Erradicar este flagelo”
Mas não basta dizê-lo e repeti-lo; e não chega tomar medidas preventivas como a nossa campanha “Respeito” ou o nosso apoio a associações anti-racismo. Temos também de deixar uma mensagem clara e inequívoca das nossas intenções de erradicar de vez este flagelo dos estádios.
Mensagem clara
Na sua reunião em Vilnius, que decorreu no início do mês de Julho, o Comité Executivo deu um passo decisivo nessa direcção. Ao conceder ao árbitro o poder de interromper o jogo – de acordo com um procedimento claramente definido e respeitando todas as medidas de segurança – caso a atmosfera no estádio se encontre, de forma perceptível, estragada por actos racistas cometidos por mais do que um simples indivíduo, o Comité Executivo deixa uma mensagem clara: é preferível interromper o espectáculo a deixá-lo seguir numa atmosfera negativa.
Incompatível com o racismo
O futebol não é, de forma alguma, compatível com o racismo, tal como não o é com a violência, com o doping ou com qualquer outra forma de batota ou discriminação.
Matéria original: Luta imparável contr o racismo