Movimentos sociais protestam em SP contra violência policial no Brasil

 

Movimentos sociais se reuniram na terça-feira, em frente ao Tribunal de Justiça (TJ), no centro de São Paulo, para denunciar o que consideram parcialidades em ações da Justiça, além de protestar contra a violência policial no campo e na cidade.

Os ativistas lembraram os dezenove trabalhadores rurais sem-terra que foram assassinados, há 16 anos, pela polícia militar em Eldorado dos Carajás, no Pará.

Também do trabalhador Ivo Teles dos Santos, de 69 anos, espancado por policiais durante a desocupação do Pinheirinho, em janeiro, na cidade de São José dos Campos-SP e que morreu na semana passada.

Segundo o coordenador geral da ocupação, Valdir Martins, a morte de Ivo foi consequência do traumatismo craniano causado pela violência praticada pela polícia.

A coordenadora do Observatório das Violências Policiais, Ângela Mendes de Almeida, avalia que os desmandos do Judiário e a violência policial contra os movimentos sociais são consequências da impunidade dos torturadores da ditadura militar. “É uma série de episódios repressivos do governo Alckmin, com a tolerância do governo federal”, disse.

— A justiça e o Estado estão do lado dos ricos, dos que têm poder econômico, daqueles que sempre mandaram. Por isso essa desigualdade no país, completou a militante da Articulação Mulher e Mídia, Terezinha Vicente.

O jornalista e ativista Hugo Fanton destaca a unidade de luta dos movimentos sociais contra o aparato policial no estado. “Esse ato é uma voz de indignação e unificação de movimentos e sindicatos que enfrentam uma mesma política repressora do governo estadual de São Paulo, seja pelo aparato judicial ou policial”, afirmou.

 

 

Fonte: Correio do Brasil

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