“Mulheres Negras contam sua História” vai premiar cinco melhores redações com R$ 5 mil. Cinco candidatas selecionadas na categoria “Ensaio” receberão R$ 10 mil. Inscrições poderão ser feitas no período de 21 de novembro de 2012 a 25 de janeiro de 2013
A partir desta quarta-feira (21/11) estará aberto o período de inscrição para o prêmio “Mulheres Negras contam sua História”“, da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM-PR) em parceria com a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir). “Nossa pretensão é que as mulheres negras escrevam e possam trazer subsídios para a elaboração de políticas públicas”, afirmou a ministra Eleonora Menicucci, da SPM, no ato de anúncio da chamada pública, ocorrido na segunda-feira (19/11), em Brasília.
O público-alvo do concurso é formado por mulheres autodeclaradas negras. Elas poderão participar com redações e ensaios, contar a história e a vida das afro-brasileiras na construção do país. O prêmio possui duas categorias: “Redação”, com texto de no mínimo 1.500 até o máximo de 3.000 caracteres, e “Ensaio”, com textos de 6.000 a 10.000 caracteres. Serão premiadas as cinco melhores redações com R$ 5 mil, e as cinco candidatas selecionadas na categoria “Ensaio” receberão R$ 10 mil.
O prêmio é uma iniciativa da SPM no resgate do anonimato das mulheres negras como sujeitos na construção da história do Brasil. O objetivo é estimular a inclusão social das mulheres negras por meio do fortalecimento da reflexão acerca das desigualdades vividas pelas mulheres negras no seu cotidiano, no mundo do trabalho, nas relações familiares e de violência e na superação do racismo.
Inscrições – As inscrições estarão abertas no período de 21 de novembro de 2012 a 25 de janeiro de 2013, e são destinadas somente às mulheres negras. As inscrições somente serão aceitas mediante o envio dos textos, em formato de texto, nas categorias “Redação” e “Ensaio”. Deverão ser efetuadas pelo endereço: [email protected] ou postadas pelo correio para o endereço: Prêmio Mulheres Negras contam sua História – Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República – Praça dos Três Poderes Via N1 Leste, s/n Pavilhão das Metas. CEP 70150-908 Brasília – DF.
Racismo e sexismo – Apesar dos avanços ocorridos na última década decorrentes dos governos Lula e Dilma, ainda persistem duas fontes de desigualdade social: por gênero e por raça/etnia. Os mecanismos de discriminação e segregação são complexos, mas neste Dia Nacional da Consciência Negra a SPM lança a chamada pública do Prêmio “Mulheres Negras Contam sua História” no intuito de que as histórias e ensaios que as afro-brasileiras escreverão possam gerar subsídios para combater as fontes de desigualdades e alterar comportamentos sociais sustentados pelo preconceito racial e de gênero.
Em 2011, pretos e pardos alcançaram 51,3% da população brasileira. No entanto, pretos e pardos são mais de 65% dos pobres do país. Entre os 10% mais pobres cerca de 71% são negros e negras. Entre os 10% mais ricos da sociedade brasileira, a população negra representa apenas 19% deste contingente (PNAD/IBGE, 2009).
Nas últimas três décadas universalizou-se o ensino fundamental no Brasil, mas isto não garantiu o acesso igual da população a escola. De acordo com o 4º Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça, produzido pela SPM, Seppir, Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e ONU Mulheres, a distorção idade-série aumenta de acordo com o avançar das séries e o nível de ensino.
No ensino médio, a taxa de distorção idade série atingiu 41,0% dos jovens negros, contra 26,9% dos jovens brancos. No entanto, 38,2% eram jovens negras, contra 24,1% das mulheres brancas jovens. Em 2009, a taxa de escolarização de mulheres brancas no ensino superior foi de 23,8%, enquanto, entre as mulheres negras, esta taxa era de apenas 9,9%.
Acesse aqui a íntegra do 4º Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça, para conhecer mais dados desagregados por sexo e raça com base na PNAD 2009.
Fonte: Secretaria de Políticas para as Mulheres