Número de mulheres na Assembleia de SP passa de 11 para 18; pretos são 5 de 94

Um terço dos deputados é milionário. Em 2014, apenas 3 pretos foram eleitos.

Por Bárbara Muniz, Felipe Néri e Paula Paiva Paulo, G1

Prédio da Assembleia Legislativa de São Paulo — Foto: Fabio Tito/G1

Com as eleições de 2018, a Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), formada por 94 deputados estaduais, continua majoritariamente formada por homens (81%) e brancos (88%). Do total, um terço (32%) é milionário e declarou ter patrimônio superior a R$ 1 milhão.

Ainda assim, o número de mulheres eleitas teve um avanço, e passou de 11 para 18. Dessas, Analice Fernandes (PSDB), Leci Brandão (PC do B), Márcia Lia (PT), Maria Lucia Amary (PSDB) e Marta Costa (PSDB) foram reeleitas.

Adriana Borgo (PROS), Carla Morando (SPDB), Delegada Graciela (PR), Dra. Damaris (PHS), Edna Macedo (PRB), Erica Malunguinho (PSOL), Isa Penna (PSOL), Janaína Paschoal (PSL), Leticia Aguiar (PSL), Marina Helou (REDE), Mônica da Bancada Ativista (PSOL), Professora Bebel (PT) e Valéria Bolsonaro (PSL) passam a integrar a Alesp em 2019.

Apenas 5% são pretos
Dentre os 94 deputados estaduais eleitos para a Assembleia Legislativa de São Paulo, apenas 5 se autodeclararam pretos nas eleições 2018. Eles são 5% dos eleitos neste ano, de acordo com os dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Na bancada eleita em 2014, o número era ainda menor ainda: apenas 3.

No registro de candidatura do TSE, cada candidato pode se autodeclarar segundo uma de cinco categorias de raça ou cor: preta, parda, branca, amarela ou indígena. Segundo a classificação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), pardos e pretos são considerados como negros em conjunto.

Os que se declararam pretos são: Leci Brandão (PC do B), Teonilio Barba (PT), Erica Malunguinho (PSOL), Mônica da Bancada Ativista e Tenente Nascimento (PSL).

Além dos pretos, cinco se declararam da cor parda e um da cor amarela. A grande maioria, 83 eleitos, se declararam brancos.

Bancada com 31 milionários

O número de milionários na Assembleia Paulista diminuiu de 39, em 2014, para 31, nas eleições deste ano. São candidatos que declararam ter patrimônio superior a R$ 1 milhão. Aprigio, do PODE, é quem tem o maior patrimônio: R$7.859.177,70. Como ocupação registrada no TSE, ele é administrador.

Em 2014, quem tinha o maior patrimônio era Gilmar Gimenes (PSDB), com total de bens declarados de R$ 23.140.837,74. Ele não se reelegeu.

Dos 51 novos deputados que foram eleitos, 9 não registraram nenhum bem ou patrimônio.

Veja os patrimônios dos milionários eleitos, do maior para o menor:

  1. Aprigio(PODE) – R$ 7.859.177,70
  2. Luiz Fernando (PT) – R$ 7.704.779,19
  3. Edmir Chedid (DEM) – R$6.247.279,32
  4. Estevam Galvão (DEM) -R$ 6.063.689,03
  5. Frederico D’Avila (PSL) – R$ 4.846.022,27
  6. Rogério Nogueira (DEM) – R$ 4.408.654,37
  7. Carlão Pignatari (PSDB) – R$ 3.614.087,14
  8. Coronel Telhada (PP) – R$ 3.429.483,50
  9. Carla Morando (PSDB) – R$ 3.216.023,89
  10. Roberto Engler (PSB) – R$ 3.141.347,60
  11. Conte Lopes (PP) – R$ 2.827.610,73
  12. Analice Fernandes (PSDB) – R$ 2.764.468,00
  13. Janaína Paschoal (PSL) – R$ 2.415.239,93
  14. Itamar Borges (MDB) – R$ 2.117.099,78
  15. Jorge Caruso (MDB) – R$ 2.081.203,21
  16. Milton Leite Filho (DEM) – R$ 2.068.533,95
  17. Ataide Teruel (PODE) – R$ 1.963.996,62
  18. Reinaldo Alguz (PV) – R$ 1.961.903,72
  19. Campos Machado (PTB) – R$ 1.800.886,15
  20. Jorge Wilson Xerife do Consumidor (PRB) – R$ 1.725.096,26
  21. Leci Brandão (PC do B) – R$ 1.700.544,79
  22. Vinicius Camarinha (PSB) – R$ 1.651.412,52
  23. Maria Lucia Amary (PSDB) – R$ 1.622.531,78
  24. Enio Tatto (PT) – R$ 1.598.964,98
  25. Marina Helou (REDE) – R$ 1.531.000,00
  26. Rodrigo Moraes (PSDB) – R$ 1.456.517,20
  27. Maurici (PT) – R$ 1.413.353,90
  28. Castelo Branco (PSL) – R$ 1.378.281,27
  29. Rafael Silva (PSB) – R$ 1.262.549,71
  30. Heni Ozi Cukier (NOVO) – R$ 1.016.518,51
  31. Fernando Cury (PPS) – R$ 1.005.150,74

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