Não tenho medo de pedir desculpas
Tenho medo é de errar
Já errei tanto
Atitudes irresponsáveis, desmedidas, dementes até
Não existe algo que recompense a omissão ou o reconhecimento daquela atitude
Apesar de compreender o quanto o ato de admitir e desculpar-se é tão fundamental para nossa cultura ocidentalizada
Queria fazer algo que retomasse a confiança em mim, espaçando aquelas atitudes que não representam o todo
E refizessem esses laços rompidos, que ficam lá, sob a suposta haste do perdão, mas aguardando o momento do bote.
Não quero evitar o bote
Podem ocorrer. As relações sempre mudam
É apenas o desejo de não ser reduzida aos erros, as teimosias, ao fracasso. Faço dobras de atitudes para tentar camuflar aquele ressentimento.
Mas sei que não tem volta
Aprendemos com Cristo a sermos juízes, carrascos, algozes e redentores de todos. Nessa mescla não há espaço para o perdão de verdade, assim como essa democracia atual, um eufemismo.
Volte à balança. Não da justiça, cega de um olho só.
Repense as vivências, e pese o que vale um pouco mais: os percalços, os êxtases, ou os cotidianos. Entre essas medidas, faça a triagem do que te complementa, sustenta e extrai.
Se for pra sucumbir, fortaleça antes o que não foi corroído. O restante destrua, sem temores. O erro permanece quando nos destruímos , quando nos desculpamos, quando supostamente nos perdoam, quando nos reconstruímos. É impossível ser apagado. A qualquer tempo. Reconhecimento não é reconhecer o equívoco, apenas. É dar espaço para o outro. Para se quiser revidar, revida, para se restabelecer, para se recolocar no mundo. A única utilidade do erro é para aqueles que erramos. Vivemos errantes e nas habilidades de reconstrução alguns se elaboram e ultrapassam seus condenadores.
O perdão é importante. Mais ainda para os algozes. Para os que sucumbem, o melhor é a roda da fortuna, para enxergar quando eram só vistos.