São Paulo – Com o lançamento em São Paulo previsto para o dia 12 de Agosto, Dia Internacional da Juventude, o Plano de Prevenção à Violência Contra a Juventude Negra (ou Plano Juventude Viva) busca reduzir a vulnerabilidade dessa faixa da população pela inclusão social. As estratégias de implementação do plano estão sendo elaboradas por um comitê intersetorial composto de 12 secretarias, além de alguns ministérios.
Em entrevista à Rádio Brasil Atual, a secretária Nacional de Juventude e coordenadora do plano, Severine Macedo, disse que o plano tem uma linha construída nacionalmente e dialoga com gestores locais.
“Aqui, já temos grupos de trabalho para fazer um diagnóstico local, identificando bairros a partir de dados de cada região”, disse.
O secretário municipal de Promoção da Igualdade Racial, Netinho de Paula, ressalta a importância do recorte étnico.
“São Paulo tem cerca de 37% da população negra e a maioria dos jovens em situação de risco iminente são negros. É uma maneira de reverter o trato da juventude com cabresto, como se pudesse só prender para resolver o problema.”
Segundo o secretário, no próximo semestre o plano começa a capacitação de jovens e seu encaminhamento ao mercado de trabalho.
O plano Juventude Viva o plano prioriza 132 município brasileiros, distribuídos em 26 estados e no Distrito Federal, que concentram 70% dos homicídios contra jovens negros no pais.
Segundo dados do Ministério da Saúde, 53,3% dos 49.932 mortos por homicídios em 2010 no Brasil eram jovens, dos quais 76,6% negros (pretos e pardos) e 91,3% do sexo masculino.
De acordo com o secretário municipal de Direito Humanos, Rogério Sottili, é preciso reverter o quadro de violência e criminalidade a partir de políticas de promoção de direitos em áreas pobres. “Precisamos levar o Estado com política de promoção de direitos. É uma resposta do papel do Estado. Não promover essas políticas é jogar para os jovens uma responsabilidade que é do Estado e que ele não cumpre.”
Fonte: Rede Brasil Atual