PMs são acusados de bater e forjar flagrante

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Office boy e ajudante geral dizem ter apanhado no mesmo batalhão da zona norte de São Paulo onde motoboy foi torturado

De acordo com advogados das vítimas, as agressões ocorreram também no meio da rua; policiais militares dizem que apenas reagiram

Dois policiais militares estão sendo investigados pela corporação sob suspeita de forjar uma apreensão de drogas e agredir um office boy e um ajudante geral numa ação que resultou na prisão de um deles na Casa Verde, zona norte de SP.
Na época do fato, em 11 de outubro do ano passado, os PMs eram lotados na 1ª Companhia do 9º Batalhão, mesmo quartel onde trabalham os 12 policiais suspeitos de torturar e matar o motoboy Eduardo dos Santos no dia 10 de abril e agredirem um taxista oito dias depois.
Advogados das vítimas dizem que as agressões ocorreram no meio da rua e no quartel.

Agressões
Segundo a denúncia, os PMs jogaram gás de pimenta nos olhos dos rapazes, ambos de 21 anos, e usaram algemas como soco inglês. Um exame do Instituto Médico Legal, feito na época, comprovou as agressões.
O office boy ficou quatro meses preso por tráfico de drogas. Os advogados sustentam que a PM “plantou” as 37 pedras de crack encontradas com ele.

O rapaz foi solto após o Tribunal de Justiça conceder um habeas corpus no qual contestou a forma como a PM agiu. O TJ disse que os policiais deveriam ter revistado os rapazes na presença de uma testemunha.
Os jovens afirmam que andavam de moto quando foram abordados pelos dois policiais. Os PMs anunciaram a apreensão da moto do office boy, porque ele não tinha habilitação.

Os rapazes e os policiais se agrediram na rua Lucila, em frente à igreja Nossa Senhora das Dores e próximo a uma feira livre. Um padre pediu para que os PMs parassem de bater nos dois. Diz ter sido tratado agressivamente pelos PMs.

Durante a briga, o office boy fugiu dos PMs, mas foi pego minutos depois. Ele foi levado para o quartel, onde diz ter apanhado mais. Dessa vez, os outros policiais que estavam no plantão também os agrediram, segundo a denúncia. Os policiais negam as agressões.

 

“Flagrante”
Depois de ficarem cerca de 40 minutos no batalhão da PM, os jovens foram apresentados no 13º DP, onde foi registrado um boletim de ocorrência relatando os crimes de lesão corporal, desobediência, resistência à prisão e tráfico de drogas.
O advogado Antonio Funari Filho disse que se o rapaz fosse traficante teria tempo para se livrar das drogas. “A tese de tráfico é absurda. Antes da prisão, ele conseguiu fugir da PM”.

 

 

 

Fonte: Folha de S.Paulo

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