População de Goiânia realizará protesto em repúdio ao assassinato das 12 jovens

Familiares das vítimas acreditam que exista relação entre os crimes; protesto acontecerá no centro da cidade no sábado (9)

Por Beatriz Atihe – iG São Paulo

Familiares e amigos das 12 jovens assassinadas em Goiânia desde janeiro deste ano realizarão uma manifestação na praça Cívica, no centro da cidade, no próximo sábado (9). Até o final da tarde desta terça-feira (5), mais de 30 mil pessoas haviam confirmado presença no evento criado nas redes sociais. “Será uma manifestação pela paz. Precisamos cobrar explicações e justiça pela morte dessas 12 meninas”, afirmou Nayara Queiroz, 24 anos, amiga de Juliana Neubia Dias, 22 anos, assassinada no último dia 26.

Famíliares e amigos de Juliana acreditam que ela tenha sido mais uma das vítimas de um suposto serial killer que vem assustando a população de Goiânia. De acordo com Nayara, Juliana não tinha nenhum inimigo ou qualquer envolvimento com drogas. “Ela era uma pessoa muito alegre, era difícil não gostar dela. Quando ela morreu, o bairro inteiro ficou comovido. Para nós, não tem uma explicação”.

Nayara conta que a amiga morreu dentro do carro do namorado. “Eles tinham saído para jantar com uma amiga. Por volta das 21h30, saíram do restaurante e o carro estava parado no semáforo quando um motociclista parou do lado do passageiro e atirou contra Juliana”.

Dois tiros acertaram a vítima, um no peito e outro no pescoço. Ela foi socorrida, mas não resistiu aos ferimentos e morreu na madrugada do dia 26. “O que é mais estranho é que o carro tinha insulfilm. Parece que o suspeito sabia onde ela estava, pois atirou e foi embora sem levar nada de nenhum deles”.

Nayara afirmou que o clima é de medo entre suas amigas. “Estamos evitando sair sozinhas na rua. A falta de informações está gerando muito pânico”.

Amigos e parentes de Juliana realizaram no último domingo (3) uma caminhada no parque do Areião para cobrar maior agilidade na investigação. “A polícia não passa muitas informações e, na minha opinião, a investigação está muito lenta. Enquanto isso, mais jovens estão morrendo”.

O último caso aconteceu no sábado (2). A estudante Ana Lídia de Souza, de 14 anos, estava sozinha em um ponto de ônibus do bairro Cidade Jardim quando um motociclista disparou quatro vezes. Dois tiros acertaram a garota, que morreu no local. O suspeito fugiu sem levar nenhum pertence da vítima.

Procurados pela reportagem, os pais da vítima não quiseram falar, mas os familiares da jovem também acreditam que exista uma relação entre os crimes e esperam que o caso seja solucionado o mais rápido possível.

Investigações

Segundo informações da polícia, a investigação mostra que as motocicletas usadas nos crimes são de marcas e cilindradas diferentes, além das descrições físicas dos suspeitos também serem diferentes, porém a hipótese da atuação de um serial killer ainda não foi descartada.

Todas as vítimas são jovens com idades entre 13 e 29 anos, morenas e, na maioria das vezes, sem antecedentes criminais. O primeiro assassinato foi registrado no dia 19 de janeiro deste ano.

No último domingo (3), o superintendente da Polícia Civil de Goiás, Deusny Aparecido, anunciou que policiais do interior do Estado irão reforçar a investigação desses crimes. De acordo com ele, 45 casos de homicídios envolvendo mulheres já foram registrados neste ano na cidade. Onze deles já foram resolvidos e não têm ligação com os demais.

 

 

Fonte: iG 

+ sobre o tema

Fé, menina. De homem pra homem.

30 homens estupraram uma menina. 30! e sabe o que mais? eles...

Secretário da Juventude de Temer é acusado de assédio sexual e agressão

O novo secretário nacional de Juventude, Bruno Moreira Santos,...

Violência contra mulher negra é tema de debate

Com o objetivo de debater e propor soluções para...

Janot pede arquivamento de inquérito contra candidato à prefeitura do Rio acusado de agredir a ex-esposa

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu nesta segunda-feira...

para lembrar

Em Minas Gerais, tornozeleira eletrônica evita que homem volte a atacar mulher

Cintia Sasse A Lei Maria da Penha é admirável não...

Por que as mulheres são estupradas, segundo a polícia – Por: Nádia Lapa

Policial catarinense dá dicas para as mulheres evitarem estupro....

Quando a beleza dói

O que leva adolescentes a espancar uma colega por...

Considerações sobre o estupro coletivo no Rio de Janeiro

Eu li vários textos sobre o estupro coletivo no...
spot_imgspot_img

Coisa de mulherzinha

Uma sensação crescente de indignação sobre o significado de ser mulher num país como o nosso tomou conta de mim ao longo de março. No chamado "mês...

A Justiça tem nome de mulher?

Dez anos. Uma década. Esse foi o tempo que Ana Paula Oliveira esperou para testemunhar o julgamento sobre o assassinato de seu filho, o jovem Johnatha...

Dois terços das mulheres assassinadas com armas de fogo são negras

São negras 68,3% das mulheres assassinadas com armas de fogo no Brasil, segundo a pesquisa O Papel da Arma de Fogo na Violência Contra...
-+=