As cozinheiras da Feira das Yabás, em Madureira, Zona Norte do estado, que há décadas encantam a região com suas receitas africanas, receberam das mãos do prefeito Eduardo Paes os alvarás de liberação do exercício da profissão. Criado há dois anos, o Cadastro Único de Comércio Ambulante já beneficiou 35 mil comerciantes, que deixaram de atuar na informalidade.
Na ocasião foi anunciado convênio com a associação responsável para a implantação de melhorias na feira. O acordo garante o repasse de R$ 700 mil por ano para estas melhorias.
Ao lado do filho Bernardo, de 7 anos, do secretário municipal da Ordem Pública, Alex Costa, e do Secretário-Chefe de seu gabinete, Luiz Antônio Guaraná, o prefeito do Rio falou sobre a importância da feira para a história cultural da cidade:
– Estamos valorizando mais uma tradição do subúrbio do Rio. A partir de agora, não apenas legalizamos a atividade como também passamos a dar apoio e patrocínio à Feira das Yabás. Essa manifestação cultural é a cara do Rio. Trata-se de uma feira das mulheres de Madureira, do matriarcado dessa região. Poder estar aqui para apoiar o resgate dessa história é uma honra para mim – disse o prefeito, que passou um dos alvarás às mãos de Iranete Ferreira Barcelos.
Em 11 de janeiro, o prefeito decretou a criação da Feira Gastronômica das Yabás, que, desde então, funciona na Praça Paulo da Portela.
O evento acontece no segundo domingo de cada mês, com 16 barracas de comidas tradicionais da comunidade e da cultura negra, como mocotó, rabada, galinha com quiabo e a tradicional feijoada.
Idealizador da feira, o cantor e compositor Marquinhos de Oswaldo Cruz contou um pouco da história da feira:
– Cada uma dessas famílias se destaca por uma especialidade gastronômica. Dado o sucesso junto aos moradores da região, decidimos unir o talento de cada família e criar a feira. Não se trata apenas de comida. O grande barato é que juntamos a culinária com bebida e bom samba. Legalizar essa atividade é reverenciar a importância das mulheres para a comunidade, a importância da gastronomia afrodescendente na cultura brasileira – afirmou Marquinhos.
O decreto que regulamentou as atividades no local também levou em consideração o interesse da prefeitura no desenvolvimento daquele bairro, bem como na geração de novas oportunidades de trabalho. A feira reúne membros das famílias de Tia Surica e Dona Neném, a matriarca do movimento.
A cerimônia foi realizada na quadra da Velha Guarda da Portela (popularmente conhecida como Portelinha).
Além das Yabás – que prestam homenagem às divindades femininas do Candomblé -, o município também regulamentou a atividade das baianas do acarajé, que preparam suas iguarias típicas nos locais liberados pela prefeitura para sua comercialização.
Fonte: Jornal do Brasil