Vítima leciona em escola municipal no bairro Jupiá; crime aconteceu no fim da tarde de quinta-feira
Por André Thieful, do Jornal de Piracicaba
Uma professora de 41 anos, que atua na Escola Municipal de Educação Infantil Marisa Elvira Ell Faganello, no bairro Jupiá, acusou a mãe de um aluno de chamá-la de ‘macaca’ no fim da tarde de quinta-feira (13/08). O caso foi parar no Plantão Policial, onde foi registrado um boletim de ocorrência de injúria racial, ameaça e desacato.
De acordo com a professora, a mãe foi buscar o filho às 17h50, quando o horário para pegar a criança é às 17h30. Ao ser advertida sobre o atraso, a mulher passou a desacatá-la e a ofendê-la com o termo preconceituoso.
Ao JP, ela explicou que a mãe, de 21 anos, informou por telefone que iria se atrasar porque tinha quebrado o carro e que mandaria alguém para buscar a criança. A pessoa indicada por ela, no entanto, não constava na lista da escola como autorizada para se responsabilizar pelo aluno. Pouco depois, a mãe chegou à escola.
“Eu disse que ela teria que assinar o caderno de retirada da criança e a ficha de advertência pelo atraso e ela disse que não assinaria e passou a me questionar e disse: ‘eu estou cansada de você sua macaca!’”, afirmou.
Segundo ela, outras duas professoras testemunharam o xingamento. “Espero que ela pague pelo que fez. Foi uma decepção muito grande. Em 20 anos de magistério nunca pensei que fosse enfrentar uma situação dessa.”
O crime de injúria racial prevê pena de reclusão de um a três anos e multa. A autora também poderia ter sido presa imediatamente, mas no caso não houve flagrante e, apesar de identificada, ela vai responder em liberdade.
O boletim de ocorrência, registrado pelo delegado Pedro Guimarães Filho, será encaminhado para a DDM (Delegacia de Defesa da Mulher), onde a ocorrência será investigada.
Questionada, a Secretaria Municipal de Educação informou que vai acompanhar o caso e dar o suporte, se necessário, à professora.
OUTRO CASO — No dia 3 de setembro do ano passado, uma mulher de 53 anos foi presa em flagrante por agentes da Guarda Civil pelo crime de racismo. Ela teria ofendido uma dona de casa, de 35 anos, utilizando termos pejorativos contra a mulher, que é afrodescendente.
Por volta de 21h30, a acusada passou a ofender a vítima em frente à uma igreja evangélica localizada na avenida Armando de Salles Oliveira. No momento da ofensa havia diversas pessoas no local, o que provocou a indignação dos presentes. A mulher pagou fiança para responder em liberdade.