Racismo: seja contra esse ato de violência

Fonte: Rpjorgelima.blogspot

Desde os tempos mais remotos existem na história humana relatos e teorias que pregam a superioridade de uma raça sobre a outra, que acabam incitando e generalizando o ódio e a discriminação racial.

Existem tratados internacionais que condenam a prática do racismo. Nossa Constituição Federal o classifica como crime inafiançável, mesmo assim, essa prática sobrevive em nossa sociedade como um câncer a roer os pilares de nossa jovem democracia.

Não raro se escuta, em meio às brincadeiras, pessoas dizerem “isso é serviço de preto”, “tinha que ser preto mesmo para fazer uma coisa assim”, “essa raça não tem jeito mesmo”, “como pode um preto ocupar um cargo tão bom”, “um preto andando de carro novo, vai ver que roubou” e seguem chamando por apelidos “o pretinho, o neguinho” ou coisa parecida, e acabam fazendo com que tudo pareça uma grande piada e que as pessoas gostam de serem taxadas de “pretinho” ou qualquer outra espécie de apelidos e/ou brincadeiras que atentam contra a honra e dignidade da pessoa negra. A justificativa quase sempre é a mesma: “brinco com ele assim porque ele é meu amigo”.

 

É comum afirmações que dizem que preconceituosos mesmo são os negros porque por qualquer motivo estão se colocando como vítimas nas discussões. Quem faz esse tipo de afirmação se esquece que a sociedade brasileira possui uma dívida impagável com a comunidade negra, que durante séculos sustentou os luxos de uma elite branca e egoísta.

 

Quando por força e pressão da Inglaterra a escravatura foi abolida no Brasil os negros ficaram sem trabalho e foram forçados a abandonarem as lavouras. Sem qualificação profissional para assumirem os trabalhos urbanos foram forçados a assumirem tarefas manuais e de “menor” importância social e vendendo sua força de trabalho basicamente em troca de alimento. Houve um processo de libertação das atividades escravas exercidas no campo, porém como essa libertação não visava à liberdade plena, acabou gerando atrasos até hoje na efetiva emancipação da pessoa negra. Observando os processos históricos que teoricamente deram liberdade aos negros, vê-se que são processos discriminatórios sem nenhuma base de humanidade.

 

Mesmo com esse cenário injusto ainda se vê na atualidade pessoas que acham um absurdo o governo instituir quotas raciais, mas raramente vemos alguém achar um absurdo eles ainda hoje serem vítimas de um racismo, velado, que resiste ao tempo.

 

No trabalho, na família ou em qualquer outro espaço de sua vida, busque sempre abominar as práticas racistas, elas não ajudam em nada, apenas reforçam a ideia de que somos incapazes de incluir o outro com sabedoria. Se somos realmente civilizados, a cor da pele não deve servir de justificativa para odiarmos nossos semelhantes. Quando presenciarmos atitudes racistas temos, como cidadãos, o nobre dever de denunciar e publicamente, reprovar tais práticas. Comportamentos racistas continuam a manchar a honra de toda a sociedade brasileira. Seja contra esse ato de violência!

 

Matéria original

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