Apesar do policial já ter sido identificado, o caso continua sendo investigado e pode acarretar ao sargento penas administrativas e até expulsão da corporação.
O vídeo foi divulgado no dia 8 de abril e, de acordo com a polícia, os três homens que aparecem agonizando no chão teriam tentado assaltar um caminhoneiro na Vila Curaçá, zona leste da capital. A PM foi acionada e teria se inciado uma troca de tiros entre as forças do Estado e os suspeitos. Dos três que aparecem agonizando nas imagens, um morreu.
Para Ariel de Castro Alves, advogado membro do Movimento Nacional de Direitos Humano e do grupo Tortura Nunca Mais, esse tipo de comportamento dos policiais, de filmar os alvos de sua violência, é uma forma de zombar da resolução que os proíbe de encostar nas vítimas.
“Desde o ano passado que se proliferam essas situações de policiais gravando vítimas agonizando. Esses comportamentos ocorrem como uma afronta à resolução da Secretaria de Segurança Pública (SSP), que impede os policiais de socorrer pessoas”, analisou Ariel. “Trata-se de uma conduta incompatível com a função dele”, adicionou.
A SSP implantou a norma no ano passado com o objetivo de preservar os locais dos crimes e garantir o atendimento adequado aos feridos.
O advogado acredita que esse tipo de atitude da polícia é uma “apologia ao crime” e que episódios assim vêm mostrando que “a violência policial está fora de controle”. Alves destaca ainda que a Polícia Militar é uma responsabilidade do Estado e que é ele quem precisa intervir nessa postura. “Próximo das eleições, o governo de São Paulo se mostra conivente com essas práticas”, afirmou.
O vídeo em que os policiais gravam os homens agonizando foi deletado pelos administradores da página no Facebook após a repercussão nas redes sociais, mas pode ser visto aqui.
Fonte: SpressoSP