Secretária adjunta transexual de Porto Alegre se casa

Cerimônia aconteceu no Dia Nacional da Visibilidade Trans e contou ainda com a presença do secretário de Direitos Humanos da Capital

Por Ananda Müller no Terra 

Em  uma cerimônia emocionante, a secretária adjunta da Livre Orientação Sexual de Porto Alegre, Glória Crystal, celebrou, na tarde desta quinta-feira (29), seu casamento com o companheiroThiago Pereira da Silva. Ambos estão juntos há 15 anos.  A união civil foi formalizada no cartório da 4ª Zona de Justiça Civil e depois os noivos recepcionaram os convidados no Chalé da Praça XV. Entre os presentes, o secretário de Direitos Humanos da Capital, Luciano Marcantônio, que enfatizou o trabalho de Glória e a importância da celebração. Em discurso emocionado, Glória foi enfática: “eu sempre sonhei com esse momento, mas nunca imaginei que ele aconteceria dessa forma. É uma vitória para todo o movimento, e eu agradeço a todos de coração”.

O dia 29 de janeiro é considerado o Dia Nacional da Visibilidade Trans e em Porto Alegre foi marcado também por um mutirão para a alteração de documentos de travestis e transexuais. De acordo com a secretaria de Direitos Humanos, pelo menos 200 pessoas tiveram a documentação aprovada na capital gaúcha para a alteração na identidade civil. No Rio Grande do Sul, a troca na documentação está prevista em lei desde 4 de junho de 2013. Para ter direito à mudança, é necessário o encaminhamento de papelada específica para a secretaria: esses dados são analisados e, caso sejam aprovados, o cidadão recebe os documentos novos.

Além disso, também já foram registradas mais de 200 uniões homoafetivas em Porto Alegre desde dezembro de 2011, quando foi realizado o primeiro registro do tipo na Capital. Coincidentemente, o cartório da 4ª zona, onde foi realizada a união entre Glória e Thiago, foi o primeiro a celebrar uma união homoafetiva no Rio Grande do Sul. No Brasil, o primeiro casamento entre parceiros do mesmo sexo foi oficializado em Goiânia, no dia 9 de maio de 2011. A Justiça gaúcha concedeu, ainda em 2001 e de forma pioneira, o reconhecimento da união homoafetiva como união estável. Apenas dez anos depois a decisão teve caráter nacional, com o reconhecimento pelo Supremo Tribunal Federal (STF). As uniões do tipo, no entanto, ainda representam menos de 0,5% dos casamentos no Rio Grande do Sul. 

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