Nas agências, “os líderes dos dois membros do Conselho de Segurança que resistem às sanções, Turquia e Brasil, vão se reunir na semana que vem”. O primeiro-ministro Tayyip Erdogan chega na quarta.
Ontem na manchete on-line do “Hurriyet”, “Turquia não cede a ceticismo sobre acordo”. O jornal turco relata que Erdogan recebeu telefonemas de Barack Obama e do russo Vladimir Putin.
Este “afirmou que os esforços da Turquia trouxeram oportunidades adicionais que serão levadas em conta pela Rússia”. Em coluna, o “Hurriyet” defendeu o acordo e sublinhou que turcos e brasileiros não se sentem enganados pelo Irã, mas por Obama, que deu apoio às conversas e depois negou.
Philip Stephens, colunista do “FT”, publica hoje “Potências em ascensão não querem jogar pelas regras do Ocidente”, em defesa de Brasil e Turquia. Lembra que os EUA fizeram há pouco uma projeção de inteligência em que “o Brasil atua como mediador durante crise no Oriente Médio” e encerra: “Imaginar não é o mesmo que aceitar, mas, se quiser ordem, o Ocidente tem que se acostumar”
AS TRAVES
Roger Cohen, colunista de política externa do “New York Times”, sob o título “América muda as traves de lugar”, também critica a atitude de Washington em relação ao Brasil e à Turquia. Os dois “responderam ao chamado de Barack Obama por uma nova era de responsabilidades compartilhadas _e foram esnobados”. Avalia que os EUA não conseguem mais “impor soluções” às crises globais e que sua reação ao acordo em Teerã “não fez nenhum sentido”.
“17 DE MAIO”
Em editorial, o francês “Le Monde” destaca a tomada do palco pelo “Sul emergente”, representado por Turquia e Brasil, e afirma que, depois de atuar decisivamente nos temas ambiental e comercial, “esta semana marca uma nova etapa, um precedente capital para o poder crescente desses países”. O jornal chega a publicar que “os livros de história vão guardar esta data, segunda-feira, 17 de maio, quando o Brasil e a Turquia propuseram à ONU o acordo negociado com Teerã”.
Fonte: Folha de S.Paulo