O Brasil é o 5º país que mais mata mulheres no ranking de feminicídio da ONU. Como se não bastasse, 3 em cada 5 mulheres sofrem, sofreram ou sofrerão violência dentro de um relacionamento afetivo. Há, contudo, ainda as violências que não deixam marcas visíveis, e que, por isso, são mais difíceis de serem denunciadas. É para conscientizar e oferecer caminhos práticos para ajudar essas mulheres que foi criada a campanha #tambéméviolência.
Trata-se da violência psicológica, moral, patrimonial, física e sexual. A maioria das violências físicas são precedidas por esse tipo de agressão, por isso a importância de tal conscientização. O primeiro passo, portanto, para trabalhar a mudança nessa dura realidade é falar sobre o tema, oferecendo meios e maneiras para que a vítima possa buscar auxílio, apoio e a assistência jurídica ou emocional necessária.
Pra tal, no dia 27 de setembro a ONG Artemis – que trabalha pela autonomia feminina e pela prevenção e erradicação de qualquer forma de violência contra a mulher – irá realizar um ato nacional em frente ao Tribunal de Justiça de São Paulo. O objetivo é unir as ativistas feministas para exigir dos tribunais, através de uma denúncia pública entregue ao presidente do TJSP, o cumprimento efetivo da lei de proteção a qualquer tipo de violência contra a mulher, já que tribunais não têm reconhecido denúncias sobre violências psicológica, patrimonial e moral – apesar de constarem como violência doméstica de acordo com Lei Maria da Penha nº 11.340/06 (artigo 7º, incisos II, IV e V).
As lojas da Lush – parceira da ONG na campanha – estarão todas voltadas para o tema no período, e as vendas do sabonete Karma serão doadas para a ONG. Uma cartilha com informações sobre violência doméstica e auxílio para denúncia e ajuda será distribuída. A campanha irá até o dia 10 de outubro.
Você pode apoiar a causa pelas redes sociais, utilizando a hashtag #tambéméviolência para relatar casos vividos que envolvam “qualquer conduta que lhe cause danos emocional e diminuição da autoestima ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição, insulto, chantagem, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica”, conforme definição da Organização Mundial de Saúde.
A hora de mudar é sempre agora, mas a necessidade dessa mudança é tão urgente quanto o direito à liberdade, saúde e igualdade de qualquer mulher.
© fotos: Camila Cornelsen