14 reportagens internacionais que mostram por que o impeachment de Dilma é ilegítimo

Veículos internacionais de grande circulação descrevem “situações bizarras” que aconteceram na Câmara dos Deputados e que culminaram no encaminhamento favorável ao impeachment da presidenta Dilma Rousseff. O entendimento é unânime. Trata-se de um duro golpe à democracia brasileira.

Por Paulo Teixeira, do HuffPost Brasil

As reportagens destacam o fato de Dilma ser uma das poucas figuras não acusadas de corrupção, lavagem de dinheiro ou enriquecimento ilícito, diferentemente de muitos deputados. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e o vice-presidente Michel Temer foram citados nas reportagens, respectivamente, pela condição de réu no Supremo Tribunal Federal pelos 40 milhões de dólares na Suíça e pelas diversas citações de envolvimento em esquemas de corrupção.

A votação do processo na Câmara, no domingo (17), foi motivo de espanto. Contestam o “clima de jogo de futebol”, as “agressões”, o “desrespeito ao estado laico e às minorias”, e, claro, todos os “motivos estapafúrdios” que estariam justificando o voto dos deputados pelo impeachment, sem tocar realmente no cerne da questão.

Como bem destacou o The Independent, dias antes da votação, “o processo democrático do Brasil está ameaçado por uma imprensa partidária”. Nesse sentido cabe ressaltar que a maioria dos links a seguir são de veículos e corporações tradicionais. Perceber o golpe não é, portanto, uma posição política. É uma percepção democrática.

The Independent (Reino Unido)

“Réu no Supremo Tribunal Federal, Eduardo Cunha lidera o processo de impeachment contra Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados”

CNN (Estados Unidos)

“Apesar dos pedidos de impeachment, Dilma Rousseff não foi sequer denunciada ou acusada criminalmente de corrupção”

The New York Times – Estados Unidos

“Derrubar Dilma sem evidências concretas de corrupção causaria sérios danos à democracia”

The Intercept (Estados Unidos)

“Brasil é engolido pela classe dirigente da corrupção e uma perigosa subversão à democracia”

Le Monde (França)

“Eduardo Cunha, acusado de corrupção no esquema da Petrobrás, é quem coordenou o processo de impeachment.”

Pagina 12 (Argentina)

“O golpe institucional contra Dilma já está em marcha”

The Economist (Reino Unido)

“Quase nenhum deputado federal deu algum motivo ou justificativa do porquê aprovar o impeachment”

BBC (Reino Unido)

“Outra coisa que chamou a atenção de quem assistia à votação na Câmara foi a composição da Casa por uma imensa maioria de homens brancos, sobrando poucas cadeiras para negros, mulheres e indígenas.”

La Jornada (México)

“Brasil assistiu domingo um lamentável desfile dos que integram a Câmara dos deputados”

RFI (França)

“É como um enorme caldo muito deprimente que levanta dúvidas e deixa a população muito cética em relação à classe política.”

El País (Espanha)

“Há desproporção no processo de impeachment de Dilma Rousseff. Mohallem compara destituição de um presidente à pena de morte, uma saída drástica que poderia ser substituída com outra punição”

The Washington Post (Estados Unidos)

“O pedido de impeachment contribui para o deslize na economia. A melhor saída seriam as próximas eleições, não ficar travando uma interminável batalha pelo impeachment”

The Guardian (Reino Unido)

“Um congresso hostil e contaminado por corrupção votou pelo impeachment da presidente Dilma”

Público (Portugal)

“O Brasil está entregue a uma horda de predadores a quem não se pode confiar uma chave de casa, quanto mais o destino de uma Presidente eleita.”

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