21% das equipes de tecnologia do Brasil não têm nenhuma mulher

A ausência de representatividade também é percebida em outros recortes: 32,7% das equipes não têm nenhuma pessoa negra e 50,4% não contam com profissionais “não heterossexuais”

No Época Negócios

NO LEVANTAMENTO, 21% DOS ENTREVISTADOS RESPONDERAM QUE EM SUAS EQUIPES NÃO HÁ NENHUMA MULHER E 32,7% DISSERAM NÃO TRABALHAR COM NENHUMA PESSOA NEGRA (FOTO: PEXELS)

Mais da metade da população brasileira é formada por mulheres e 27% da população é composta por mulheres negras, segundo o IBGE. Mesmo assim, o mercado de tecnologia é marcado pela pouca diversidade e a falta de representatividade. Entre os profissionais de área, predominam homens (68,3%) e pessoas brancas (58,3%). O fato é apontado pela pesquisa “Quem Coda o Brasil”, realizada pela PretaLab (iniciativa que estimula a diversidade no universo das tecnologias), em parceria com a consultoria global de software ThoughtWorks.

Segundo o levantamento, 21% dos entrevistados responderam que em suas equipes não há nenhuma mulher e 32,7% disseram não trabalhar com nenhuma pessoa negra. A inclusão de indígenas, homosexuais, transsexuais e pessoas com deficiência também está longe de acontecer. Metade dos profissionais disseram não trabalhar com nenhuma pessoa com orientação sexual diferente de heterossexual. Em 85,4% dos casos também não há nenhuma pessoa com deficiência na equipe e em 95,9% é confirmada a ausência total de pessoas indígenas.

“A discussão sobre a diversidade na tecnologia é um dos temas mais urgentes para os negócios. Nesse sentido, a pesquisa nos ajuda a entender nosso cenário e nortear discussões e iniciativas futuras”, comenta Juliana Oliveira, recrutadora da ThoughtWorks ao comentar o estudo. A pesquisa tinha como objetivo confrontar a percepção que se tem sobre as equipes de tecnologia e a realidade vivida por elas.

Para mudar esse cenário, a PretaLab, uma das co-autoras da pesquisa, criou uma ferramenta que pretende unir profissionais negras e empresas interessadas em preencher vagas. Neste site, as profissionais cadastram seus currículos e apresentam suas habilidades e experiências. Além de aumentar a empregabilidade destas mulheres, a ferramenta pretende que mais meninas e mulheres negras se aproximem destas áreas e que elas se conectem entre si para desenvolver projetos e trocar informações.

Os dados da pesquisa Quem Coda o Brasil foram coletados entre os meses de novembro de 2018 e março de 2019, somando um total de 693 respondentes válidos em 21 estados brasileiros, incluindo o DF.

+ sobre o tema

Reforma trabalhista de Temer, tira a obrigatoriedade do 13° salário e FGTS

Quando direitos garantidos em leis, vem a ser negociados...

“Quando eu morrer, vou contar tudo a Deus”, afirma criança vítima da guerra na Síria

Por:Dan MartinsNo último mês a agência EFE informou que...

para lembrar

Reforma trabalhista de Temer, tira a obrigatoriedade do 13° salário e FGTS

Quando direitos garantidos em leis, vem a ser negociados...

“Quando eu morrer, vou contar tudo a Deus”, afirma criança vítima da guerra na Síria

Por:Dan MartinsNo último mês a agência EFE informou que...
spot_imgspot_img

Financiamento climático: Geledés reúne especialistas para debater o tema

Com enfoque em Financiamento Climático, o Geledés – Instituto da Mulher Negra realizou no dia 4 de junho a quarta e última rodada do...

Recomendações de Geledés para a Conferência Climática de Bonn (UNFCCC SB62) de 2025

Geledés – Instituto da Mulher Negra produziu recomendações para contribuir com o conteúdo das negociações no âmbito da Conferência Climática de Bonn (UNFCCC SB62)...

Adaptação precisa estar no centro da agenda climática

A terceira rodada do Ciclo de Debates Rumo à COP30, promovida por Geledés – Instituto da Mulher Negra, em 22 de maio, teve como...