8 falas e atitudes transfóbicas para não se ter com pessoas trans e travestis

No Dia Nacional da Visibilidade Trans, elencamos frases que transbordam preconceito para você aprender, tirar do vocabulário – e nunca mais repetir

No dia 29 de janeiro é celebrado o Dia Nacional da Visibilidade Trans. A vida de pessoas trans e travestis no Brasil é marcada por estatísticas dolorosas – o País é pelo 13º ano consecutivo o que mais mata essa população, de acordo com dados da ONG Transgender Europe. Estudos feitos também pela União Nacional LGBT apontam que a expectativa de vida de uma pessoa trans no Brasil é de apenas 35 anos. No geral, eles são mortos antes disso.

Expressões preconceituosas e perguntas inapropriadas escondem, na verdade, um cenário violento e a falta de afeto que trans e travestis enfrentam todos os dias. Ter Linn da Quebrada, que se afirma travesti, no Big Brother Brasil, por exemplo, além de ser uma projeção nacional do assunto, escancara também a falta de informação – de quem está dentro do reality, como Rodrigo, que utiliza uma expressão pejorativa “sem querer”, e Eslôvenia que se confunde com o artigo ao se referir à Lina, e de grande parte do País que está fora.

Aqui, Alina Durso, criadora de conteúdo no “Diário de uma Travesti”, mostra – e explica – frases e atitudes que são transfóbicas para nunca mais se repetir.

1. “Você até parece homem/mulher de verdade”

Não, essa frase não é um elogio – aliás, está bem longe disso. “É uma fala extremamente transfóbica, já que invalida a identidade de pessoas trans e as coloca em uma posição de subcategoria de homens e mulheres”, afirma Alina.

2. “Você é operada?”

3. “Você já fez a transição completa?”

“Não existe transição completa! Muitas pessoas cis dizem isso tentando taxar como ‘transição completa’ pessoas trans e travestis que já fizeram a cirurgia de redesignação sexual, e isso invalida totalmente a identidade de pessoas trans e travestis que optaram por não realizar essas cirurgias. Não existe transição completa, cada pessoa trans tem seu processo e todas identidades são válidas”, explica.

4. “Tr4v3CO”

Como diria Linn, “você não sente quando você diz que pode soar agressivo?”. Sim, porque é! Historicamente, o termo foi utilizado sempre em um sentido violento – assim como seus derivados. Inclusive, o sufixo “eco” dá a interpretação de inferioridade para diversas outras palavras. “Jamais utilize essa palavra para se referir a travestis e mulheres trans. É extremamente pejorativo”, reforça Alina.

5. “Qual seu nome de verdade?”

O nome de verdade é o que ela se apresentou, e pronto! “É extremamente ofensivo e desagradável querer ter curiosidade por um nome que não existe mais e não condiz com o que a pessoa se identifica”.

6. “O travesti”

Travestis e mulheres trans são identidades femininas e, por isso, devem ser tratadas com artigos femininos. É transfóbico seguir tratando essas pessoas no gênero de seu nascimento.

7. “É tudo a mesma coisa” ou “É tudo gay”

Não apague outras identidades e orientações sexuais que existem dentro da comunidade LGBTQIAP+. Entender o significado de cada letra da sigla é preciso para não colocar todas as pessoas em uma única caixa – ainda mais com esse tom de demérito, né?

8. “Quase me enganou, hein?”

Pessoas trans e travestis não querem enganar ninguém. Associá-los a uma “enganação” ou até mesmo achar graça sobre isso é extremamente ofensivo e preconceituoso. “A gente não finge ser algo que não somos. Pelo contrário, queremos viver com dignidade e sendo respeitas da forma que somos”, finaliza Alina.

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