Boicote de Malafaia à ‘agenda gay’ da Disney é a melhor propaganda para a gigante do entretenimento

Nesta semana, a Disney exibiu primeiro beijo entre pessoas do mesmo sexo em um desenho e anunciou cena exclusivamente gay no filme ‘A Bela e a Fera’.

Por Grasielle Castro, do HuffPost Brasil

LULA MARQUES/AGÊNCIA PT

Nos últimos dias, a Disney deu um passo importante para a história da promoção de diversidade. Pela primeira vez, a gigante do entretenimento exibiu um beijo entre pessoas do mesmo sexo em um desenho animado e anunciou que o filme ‘A Bela e a Fera’ terá a primeira cena “exclusivamente gay” da história do estúdio.

A estratégia da empresa ganhou uma dimensão ainda maior com ajuda do pastor Silas Malafaia. Com um canal de diálogo direto com seus seguidores, o pastor fez a mensagem da empresa chegar aos seus 1,8 milhão de fãs no Facebook e 1,3 milhão se seguidores no Twitter.

Na voz do pastor, o que seria apenas um anúncio da Disney gerou uma série de memes e uma explosão de reações. As imagens do pastor foram replicada por outros usuários com comentários em favor da Disney fazendo com que a mensagem do estúdio alcançasse ainda mais pessoas.

Com isso, é possível dizer que foi cumprido o objetivo da empresa de fortalecer a relação com movimentos que pedem visibilidade e o fim dos estereótipos de pessoas LGBTs na mídia, além de propagar empatia e tolerância por essa comunidade.

Já a intenção de Malafaia de atingir os faturamentos do estúdio estão em xeque. No Twitter, os principais comentários dão conta de que a missão do pastor vai naufragar.

Este tweet vai no ponto.

Outros fazem o alerta com ironia.

Tem quem ainda tenta avisar ao pastor que ele está passando vergonha.

A verdade é que o boicote de Malafaia não é uma missão fácil.

Além de ter tido efeito contrário, o pedido do pastor gerou comentários negativos e lembrou a investigação contra ele. Malfaria é investigado pela Polícia Federal em uma operação contra fraude em cobrança de royalties.

Boicote

No vídeo em que pede o boicote e “desce o sarrafo” na Disney, o pastor diz que o estúdio “comprou a agenda gay”, alega ainda que “não tem coisa mais asquerosa, mais nojenta que erotizar criança” e que “ensinar sexualidade à criança é a coisa mais covarde que tem”.

O pastor pede às pessoas que deixem de comprar produtos e serviços da Disney. Segundo ele, “tem que doer no bolso dessa cambada”. Em 2015, o pastor fez o mesmo pedido contra O Boticário por campanha LGBT no dia dos namorados.

Vale ressaltar que orientação sexual não se trata de escolha. Logo, não sofre influência externa.

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