Ato marca cinco anos do dia de maior repressão das Jornadas de Junho

Sérgio Silva, fotógrafo que perdeu a visão por disparo de bala de borracha, também lançará seu livro em parceria com Tadeu Breda; microfone aberto estimula a participação de todos

Do Conectas 

O fotógrafo Sérgio Silva foi uma das pessoas atingidas por balas de borracha durante as manifestações de junho de 2013. Sérgio perdeu a visão po… (Reprodução/ Conectas )

Há cinco anos, a esquina da rua Maria Antônia com a rua da Consolação, em São Paulo, foi palco de um dos episódios mais simbólicos das Jornadas de Junho de 2013. Para marcar o momento, a Conectas se juntou a outras cinco organizações e a vítimas da violência policial para a realização do ato “Marcas de junho: 5 anos de injustiça”, a partir das 18h.

Naquele local, no dia 13, a Polícia Militar de São Paulo empreendeu uma ofensiva violenta contra milhares de manifestantes, com disparos de bala de borracha e utilização de bombas de gás lacrimogêneo. Mais de 100 pessoas ficaram feridas e outras 240 foram detidas. Cinco anos depois, um sarau e o lançamento do livro “Memória ocular: cenas de um Estado que cega” relembram a data e discutem a violência de Estado nos dias de hoje.

O fotógrafo Sérgio Silva, autor do livro em parceria com o jornalista Tadeu Breda, foi alvejado no olho esquerdo por uma bala de borracha enquanto fazia a cobertura do protesto. Sérgio perdeu a visão na hora e, desde então, já teve o seu pedido de indenização negado em primeira e segunda instâncias. Além dele, outros 40 jornalistas foram feridos, sendo que dois repórteres da Folha de S.Paulo Giuliana Vallone e Fábio Braga, também foram atingidos por disparos de armamento não-letal no rosto.

“O que vimos naquele dia foi o uso indiscriminado da força policial de forma violenta e altamente repressora. As imagens captadas daquele dia foram o estopim dos grandes protestos do restante de 2013”, comenta Henrique Apolinário, assessor do programa de Violência Institucional da Conectas. “De lá para cá, a polícia sofisticou seus métodos de repressão, e passou a utilizar técnicas como o envelopamento de manifestações, ampliou o uso de armamentos não-letais, como gás lacrimogêneo e bala de borracha, e também passou a perseguir manifestantes após o término dos protestos”, completa Henrique.

O evento “Marcas de Junho: 5 anos de injustiça” contará com três momentos: lançamento do livro “Memória ocular: cenas de um Estado que cega”, sarau e microfone aberto. O ato faz parte da programação de “Junho sendo”, que conta com uma programação extensa, entre 6 e 23 de junho, composta por atividades, encontros e oficinas que buscam discutir os desdobramentos e a significação das Jornadas de junho de 2013.

Divulgação/Conectas

+ sobre o tema

Porque eles te atacaram , Cris Vianna?

Cris Vianna, vivemos num país com histórico escravocrata. Um...

Políticos, imprensa e polícias, como conseguem dormir?

Li, há tempos atrás, o livro da médica Ana...

Movimento Negro teme que ações judiciais prejudiquem o sistema de cotas

Fonte: A Tarde Online     O Movimento Negro Unificado (MNU) teme...

‘Fui confundida com prostituta na minha lua de mel’

A servidora pública Mônica Valéria Gonçalves, de 47 anos,...

para lembrar

Pesquisa aponta aumento do número de denúncias de racismo no Distrito Federal

Pesquisa aponta aumento do número de denúncias de racismo...

A cor do poder

Por:Mauricio Pestana Há quem diga que só tem poder político...

O homem que ficou 4 anos preso e só foi inocentado após enviar carta ao STF

O assunto do texto: "Pedido de Revisão Criminal". O...

V Semana de Reflexões Sobre Negritude, Gênero e Raça

Pesquisadores da temática racial de todo o país chegam...
spot_imgspot_img

Aluna é vítima de racismo e gordofobia em jogo de queimada na escola

A família de uma adolescente de 15 anos estudante do 9º ano do Colégio Pódion, na 713 Norte, denunciou um caso de racismo e preconceito sofridos...

Atriz Samara Felippo presta depoimento em delegacia sobre caso de racismo contra filha em escola de SP

A atriz Samara Felippo chegou por volta das 10h desta terça-feira (30) na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância, no Centro de São Paulo. Assista o...

Número de pessoas mortas pela PM paulista cresceu 138% no 1º trimestre

Dados divulgados pela Secretaria Estadual de Segurança Pública de São Paulo mostram que o número de pessoas mortas por policiais militares em serviço no...
-+=