‘Vou sempre apoiar e incentivar diretores negros’,diz Spike Lee

Spike Lee venceu o Grande Prêmio do Júri do Festival de Cannes ano passado, com “Infiltrado na Klan”, filme que rendeu sua primeira indicação ao Oscar de melhor diretor. Apesar de lançar a maioria dos seus trabalhos no festival francês, é no concorrente direto da Riviera, o Festival de Veneza, que ele vem apresentar seus projetos alternativos.

Por Janaina Pereira, do Hypeness

Spike Lee. (Foto: Getty Images)

Na 76 edição de Veneza, o cineasta americano lançou “American Skin”, documentário sobre racismo dirigido por Nate Parker. Em entrevista ao Hypeness, Lee contou porque se colocou a frente do projeto. “Vou sempre apoiar e incentivar os diretores negros”, disse.

Ele acrescentou que é amigo de Parker, e jovens cineastas precisam de um mentor. “Fazia muito, muito tempo que não me emocionava com um projeto. E quando Nate me contou do filme, que ele estava escrevendo e produzindo sozinho, eu quis ajudar. Lançar aqui em Veneza é importante, e vim apresentar “American Skin” para dar mais força, assim as pessoas vão ver esse documentário e se emocionar como eu”.

O apoio de Spike Lee a Nate Parker também passa por um assunto delicado: em sua estreia nos cinemas, em 2017, Parker conquistou o prêmio no Festival de Sundance com o filme “Birth of Nation”. Aclamado e prestigiado, estava cotado ao Oscar no ano seguinte. No meio do caminho, acusações de que ele estuprou uma jovem quando era mais jovem caíram na mídia, e “Birth of Nation” não só saiu da disputa do Oscar, como também teve sua distribuição mundial prejudicada.

Lee não quis comentar as acusações que recaem sobre seu pupilo Nate Parker. O cineasta preferiu mudar o assunto e atacou o presidente americano Donald Trump. “Aquele homem, e eu me recuso a dizer o nome dele, arrancou crianças dos braços de suas mães, trancou em gaiolas e não se preocupou até hoje em reunir essas famílias novamente”.

Na opinião de Spike Lee, negros, mulheres e imigrantes estão na mesma situação em boa parte do planeta, especialmente nos Estados Unidos: fazem parte de um grupo preterido pelos líderes mundiais. “O presidente de um país tem uma posição de liderança. Ele deve inspirar um povo. No caso do meu país, o presidente é um louco”, finalizou.

+ sobre o tema

El color de la piel de Colombia

Por Javier Darío Restrepo El color de la piel...

Denzel Washington revela que chorou assistindo Pantera Negra!

Em uma entrevista recente feita enquanto promove seu próximo filme,...

Nordeste dita a tendência do eleitor na sucessão 2010

Por: José Roberto Toledo As tendências costumam partir dos...

para lembrar

Circuito Popular de Cinema e Vídeo celebra o Mês da Consciência Negra

Neste mês de novembro o Circuito Popular de Cinema e...

“Eu questiono porque não basta ser”, Mano Brown

Entrevista exclusiva de Mano Brown, líder do Racionais MC's Endrigo...

Brasil: El pragmatismo abrió las puertas a los pentecostales

Por: Raúl Zibechi La posibilidad de que un...
spot_imgspot_img

Leci Brandão – Na Palma da Mão em curta temporada no Imperator

Com direção de Luiz Antonio Pilar e texto de Leonardo Bruno, musical que celebra vida e obra da artista se apresenta no Imperator Vencedor do Prêmio Shell de Teatro na categoria "Direção" Nome incontornável da música brasileira, compositora e intérprete de...

Censo 2022: população quilombola tem perfil jovem e maioria masculina

As populações quilombolas possuem perfil mais jovem do que o observado na população total do Brasil. Além disso, nos territórios quilombolas, a presença dos...

Podcast Pessoas: Temporada Vidas Negras é destaque do mês no Museu da Pessoa

Nele, cada episódio apresenta a edição de uma entrevista que compõe o acervo do Museu da Pessoa no formato storytelling. O Podcast, lançado em 2020,...
-+=