Ministra chama ‘margaridas’ a fiscalizar as políticas federais para mulheres nos municípios

Conclamação da titular da SPM-PR, que representava a presidenta Dilma, foi feita no lançamento da Marcha das Margaridas 2015

por SPM

A ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM-PR), Eleonora Menicucci, pediu às “margaridas” de todo o país, na noite dessa terça-feira (11/11), que verifiquem se os seus municípios cumprem a sua parte nas políticas federais para as mulheres que o governo implementa.

A titular da SPM-PR, representando a presidenta Dilma Rousseff, fez o chamamento no lançamento da Marcha das Margaridas 2015, realizado durante o 5º Encontro Nacional de Formação da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), em Luziânia/GO.

Menicucci contextualizou sua fala lembrando que o Brasil é um país que sai feminino e democraticamente consolidado das urnas pela segunda vez. “É nos municípios que se tem a fotografia real da vida. Mas sabemos que nem sempre eles cumprem as políticas que o governo federal implementa.” Daí o chamamento da ministra: “O que nós precisamos é que vocês monitorem as ações.”

Organismos para mulheres – A ministra referia-se especificamente às unidades móveis – ônibus especialmente adaptados, doados pela SPM a todos os estados e Distrito Federal, que levam ao campo orientação e serviços de enfrentamento à violência contra as mulheres baseados na Lei Maria da Penha.

Menicucci citou a versão fluvial dessas unidades – barcos, em parceria com a Caixa. Atualmente no arquipélago do Marajó, prevê-se sua chegada em 2015 ao Amazonas e ao São Francisco.

A secretária de Trabalhadoras Rurais da Contag, Alessandra Lunas, elogiou a SPM pelo lançamento do inédito Estatísticas de Gênero, em parceria com o IBGE e o MDA. E reivindicou que os municípios institucionalizem órgãos para as mulheres. “Com quem se fala de políticas para as mulheres no município? Com ninguém. Só 11,72% deles têm organismo de mulheres”.

A oficial de gênero da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), a boliviana Jimena Árias, representando as campesinas internacionais, defendeu a necessidade de toda a sociedade visibilizar o trabalho das mulheres. “Sabemos que nós, as campesinas, somos as que produzimos a comida dos que vivem nas cidades. Por isso, não podemos continuar submetidas a leis injustas, ou a nossos maridos”.

Participantes – O auditório do Centro Nacional de Formação estava lotado, principalmente pelas 900 participantes do encontro (70% das inscrições da atual edição são de mulheres). No palco, além da Ministra Menicucci, estavam Karla Hora, do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), e representantes do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), da Contag, das “margaridas” de todos os estados, da Conferência Internacional das Mulheres Rurais, da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB)e das organizações feministas e de mulheres parceiras da Marcha das Margaridas. Dentre estas, Articulação das Mulheres Brasileiras, Marcha Mundial das Mulheres, União Brasileira das Mulheres, União da Juventude Socialista e Via campesina Internacional, representando as organizações participantes da Conferência Internacional das Mulheres Rurais.

As centrais sindicais enviaram Rosane Silva e Ivania Pereira, secretárias nacionais da Mulher Trabalhadora da CUT e da CTB, respectivamente. Pelo Consea, falou sua presidenta Maria Emília Pacheco. A Contag teve voz também pelo seu presidente, Alberto Broch.

A cerimônia de lançamento do programa 2015 teve a chamada “mística”: uma marcha interna de todos os grupos de mulheres, puxados por grupos musicais fortemente marcados por tambores. Elas convergiram de todas as alas do imenso conjunto. Cada grupo levava erguido seu brasão, formado por um grande círculo de madeira com desenhos compostos pela colagem de grãos reais de milho, feijão, amendoim etc.

Praça Margarida Alves – A noite incluiu a inauguração da Praça Margarida Alves, nome com que foi batizado o palco do auditório, em homenagem à líder camponesa, assassinada em agosto de 1983.

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