Wyza – um cantor e composito Angolano

 

Wyza nasceu no Uíge, um cantor e compositor que está a apresentar ao mundo e Angola um ritmo que é praticamente desconhecido em seu próprio país.

Em 1984 como muitos de seus compatriotas, Wyza de 25 Anos, fugiu da guerra em sua província natal e veio para Luanda com sua mãe carregando uma pequena bagagem de mão com seus pertences pessoais. Mesmo assim, eles também levavam um outro tipo de bagagem nos seus corações e nas suas mentes, muito maior e muito mais valiosa: trouxeram com eles um sentimento de amor e saudade da terra que deixaram para trás, assim como a memória da música e costumes religiosos de seu povo.

O Jovem João Sildes Bunga, como era conhecido, herdou a sua paixão pela música de sua mãe, Elisa Bunga, que fez e tocou o kissange, um instrumento tradicional angolano. Em Luanda, Wyza trabalhou como varredor e sozinho nas ruas ele aprendeu a tocar violão que ganhou de um bondoso homem que o ouviu a cantar. Em casa ele cantava e escrevia músicas com a Dona Elisa, sua mãe e sócia que o encorajou os seus esforços.

Wyza ainda trabalhou arduamente, mas, apesar da rotina diária de ganhar a vida, por muitos anos, Joao Sildes pegava no seu violão assim que chegava em casa e escrevia e ensaiava as suas músicas – sempre a cantar em Kikongo.

Algum tempo depois, Wyza escreveu Mpasi, uma canção cujo título em Kikongo significa “sofrimento”, o que spontaneamente capturou as ondas das rádios de Luanda. João Sildes Bunga, tornou-se WYZA quando conheceu o músico e produtor Joao Alexandre que o convidou a gravar o disco intitulado Kintsoma. Mas o álbum não
correu de maneira como se esperava. Mas mesmo assim, Paulo Flores reconheceu o grande talento de Wiza e o convidou para abrir um dos seus shows. Desde então, Wyza tem desempenhado um papel ativo em seus projetos musicais.

Wyza começou a trabalhar na Maianga Produções e foi isso que permitiu-lhe ganhar o seu primeiro conhecimento técnico da estrutura e funcionamento de um estúdio de gravação. Os diretores da Maianga produções deram ao Wyza um novo violão e pagaram um curso onde ele aprendeu a trabalhar com sistemas de protocolo e tornou-se um técnico de estúdio. O investimento valeu a pena e assim começou a ajudar os produtores de renome a “caçar” novos discos e teve a sua primeira chance em um estúdio para participar numa música importante do CD de Paulo Flores Xé Povo. O resultado do seu trabalho e reconhecimento do seu talento despertou o interesse da gravadora e levou a decisão para produzir os seus discos a solo, África Yaya e Bakongo.

Fonte: Luanda Jazz Festival

+ sobre o tema

para lembrar

Nós dizemos desconstrução, sempre!

A maneira de Nós dizemos revolução!*, eu queria ter...

Prorrogado até dia 17/10 o Edital para Gestão Escolar para juventude negra

O Fundo Baobá para Equidade Racial e o Instituto...

Anielle Franco anuncia programas de educação e intercâmbio

O Ministério da Igualdade Racial (MIR) anunciou, nesta quinta-feira...

Professora grevista diz que classe virou “depósito de aluno”

Enquanto mães reclamam da paralisação de docentes em São...
spot_imgspot_img

Geledés participa do I Colóquio Iberoamericano sobre política e gestão educacional

O Colóquio constou da programação do XXXI Simpósio Brasileiro da ANPAE (Associação Nacional de Política e Administração da Educação), realizado na primeira semana de...

Aluna ganha prêmio ao investigar racismo na história dos dicionários

Os dicionários nem sempre são ferramentas imparciais e isentas, como imaginado. A estudante do 3º ano do ensino médio Franciele de Souza Meira, de...
-+=