Skinhead arrependido apaga tatuagens e só quer servir a Deus

Bryon Widner é um skinhead arrependido de seus dias de ódio e violência. Há mais de quatro anos ele luta para apagar seu passado e se livrar das tatuagens racista que cobriam o seu rosto e parte do corpo.

Ele foi um dos fundadores da gangue de skinheads Vinlanders e casou com uma mulher que pertencia ao grupo neonazista Aliança Nacional. O casal teve um filho e ele adotou os filhos que ela teve em outro relacionamento.

No entanto, mesmo decididos a mudar de vida, o passado estava sempre presente em símbolos tatuados no corpo e no rosto: uma navalha encharcada de sangue, suásticas, as palavra “ódio” nos dedos da mão. Em todo lugar que ia, as pessoas fugiam de Widner. Era difícil procurar emprego, frequentar lojas e restaurantes. As pessoas viam nele um bandido ameaçador, não um amoroso pai de família.

O casal decidiu que precisavam remover com segurança as tatuagens faciais. Mas esse tipo de operação custa muito caro e poucos médicos desejam realizar uma cirurgia tão complicada, uma vez que podia danificar os olhos.

Widner decidiu procurar na internet por receitas caseiras, como ácidos dérmicos e outras soluções. Ele chegou ao ponto onde diz que estava “totalmente preparado para enfiar o rosto no ácido”.

A esposa Julie fez algo que antes teria sido inimaginável, procurou um homem negro, a quem os supremacistas brancos consideram seu inimigo mortal.

Daryle Lamont Jenkins, 43 anos, preside um grupo que luta contra o racismo na Filadélfia. O ativista vive uma batalha constante contra os skinheads, postando seus nomes e endereços em sites, alertando as pessoas para seus comícios e organizando protestos contra os que apregoam o ódio.

Jenkins os recebeu e sugeriu que procurassem TJ Leyden, um famoso ex- skinhead neonazista que deixou o movimento em 1996, e desde então promove a tolerância.

Mais do que ninguém, Leyden entendia a situação que Widner estava passando. Ele os aconselhou a mudar de cidade, afastar-se dos antigos companheiros e que procurasse o Southern Poverty Law Center, uma organização de direitos civis sem fins lucrativos.

Byron-Widner-e-FamiliaO SPLC recebe regularmente pessoas que estão tentando deixar os grupos radicais. Alguns têm crises de consciência, mas acabam voltando para o grupo depois que a crise passa. “Muito raramente vemos um skinhead racista se regenerar”, diz Joseph Roy, presidente do SPLC. Ele lembra que, durante anos, Widner era conhecido como o “pit bull dos skinheads. Ninguém era mais agressivo, mais confrontador, mais abusado”.

Depois de várias semanas de conversas com Bryon e Julie, ele se convenceu que algo havia mudado na vida deste casal. Eles demonstravam uma sinceridade, uma determinação grande em deixar o passado para trás e alcançar algum tipo de redenção.

Widner compartilhou todas as informações que tinha sobre a estrutura de grupos skinheads, as diferentes formas de atuarem e a hierarquia interna. Ele inclusive concordou em falar na conferência anual do SPLC, para espanto de muitos. Em troca, Roy prometeu pedir que sua organização fizesse algo inédito até então: buscar um doador para pagar a remoção das tatuagens de Widner.

Mas as coisas foram ficando mais difícil para o casal. Além de Widner não conseguir um emprego fixo, eles começaram a ser perseguidos e ameaçados pelos ex-companheiros. Telefonemas no meio da noite com mensagens ameaçadoras diziam: “Você vai morrer.” Diversas vezes tiveram de fugir de casa ao serem avisados por vizinhos que um grupo de skinheads estava na redondeza.

Fonte: Gospel Online

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