Outras impressões, manifestações livres sobre qualquer assunto – A vida dos outros

por Leno F. Silva

Acordei nesta primeira terça-feira do novo ano com a frase “A vida dos outros”. A referência imediata foi com o excelente drama alemão de 2006, escrito e dirigido por Florian Henckel von Donnersmarck e premiado com o Oscar de melhor filme estrangeiro. Quem ainda não o assistiu vá com urgência à locadora. É imperdível!

Ainda com preguiça para retomar este espaço semanal literário, lembrei também que a vida de cada um de nós está intimamente ligada à de outras pessoas: família, amigos, conhecidos, gente que não temos qualquer contato e que, por alguma razão, estabelecemos algum vínculo, mesmo que efêmero.

No campo das amizades, tive a felicidade de passar a virada do ano com um grupo de queridos amigos de longa data. Planejamos tudo com antecedência e tivemos uma noite saborosa, regada à boa comida, bebidas leves, conversa, troca de impressões e de histórias vivenciadas e de outras que queremos construir individualmente ou em grupo. Foi um Réveillon alegre, um encontro que fortaleceu as nossas relações e acrescentou, em cada um, doses generosas de energia para enfrentarmos tudo o que virá.

Em pleno domingão do primeiro dia do ano, mais encontro, comilança e muita conversa, no almoço no apartamento de amigos dos tempos da faculdade. Ou seja, amizade que já completou mais de três décadas, e que se mantém autêntica e vibrante.

Nesses dois casos, carinho, afeto e cumplicidade ocorreram ao vivo. Com intensidade semelhante, no intervalo entre Natal e Ano Novo troquei centenas de mensagens com aqueles outros um pouco mais distantes, não necessariamente por opção, mas pelas circunstâncias da vida. Graças aos avanços da tecnologia, via e-mail e facebook tive a oportunidade de mandar uma manifestação sincera para todos os outros que, nem por isso, são menos importantes.

E ao ler uma notícia da Folha de S. Paulo de ontem, fiquei muito triste com a notícia de um acidente em Sampa, no qual uma mulher de 30 anos e sua filha morreram quando o carro em que estavam foi atingido por um veículo em alta velocidade, conduzido por um irresponsável motorista alcoolizado. Como não se preocupar com a vida dessas outras pessoas?

Originalmente iria retomar esse meu exercício de cronista apenas na semana que vem. Mas não resisti a este chamado para dizer o quanto, para mim, importa a vida e a vida dos outros. Porque nada somos sozinhos. Por aqui, fico. Até a próxima.

+ sobre o tema

Mulheres em cargos de liderança ganham 78% do salário dos homens na mesma função

As mulheres ainda são minoria nos cargos de liderança...

‘O 25 de abril começou em África’

No cinquentenário da Revolução dos Cravos, é importante destacar as...

Fome extrema aumenta, e mundo fracassa em erradicar crise até 2030

Com 281,6 milhões de pessoas sobrevivendo em uma situação...

para lembrar

Deputados vão à Cracolândia, mas não descem do ônibus

Vinte e um deputados federais desembarcaram...

Número de resgatados da escravidão dispara em 2023 e é o maior em 14 anos

O Brasil encontrou 3.190 trabalhadores em condições análogas às...

Enchente:Insatisfação geral

Há o que comemorar no aniversário de 456 anos...

Ao menos 26 mil moradores de rua tiveram auxílio emergencial negado

Pelo menos 26 mil brasileiros em situação de rua,...

Presidente de Portugal diz que país tem que ‘pagar custos’ de escravidão e crimes coloniais

O presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, disse na terça-feira que Portugal foi responsável por crimes cometidos durante a escravidão transatlântica e a era...

O futuro de Brasília: ministra Vera Lúcia luta por uma capital mais inclusiva

Segunda mulher negra a ser empossada como ministra na história do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a advogada Vera Lúcia Santana Araújo, 64 anos, é...

Desigualdade ambiental em São Paulo: direito ao verde não é para todos

O novo Mapa da Desigualdade de São Paulo faz um levantamento da cobertura vegetal na maior metrópole do Brasil e revela os contrastes entre...
-+=