Tributo a Zózimo Bulbul

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Cultne apresenta o Tributo a Zózimo Bulbul a partir do argumento, edição e direção de Filó Filho com quem Zózimo conviveu nos anos 70, durante a realização da peça teatral “Orfeu Negro” no Renascença Clube, zona norte do Rio de Janeiro.

O ator e cineasta Zózimo Bulbul faleceu aos 75 anos no último dia 24 de janeiro de 2013, deixando um grande legado para comunidade negra. Ele nasceu Jorge da Silva em 1937, mas adotou o nome Zózimo Bulbul e se popularizou com um dos grandes nomes da produção cinematográfica afro-brasileira. Também foi um dos primeiros modelos negros brasileiros nos anos 60, Bulbul foi cineasta, ator, diretor e roteirista e o primeiro protagonista negro a beijar nas telas do cinema nacional.

Filó e Zózimo Bulbul se conheceram nos início dos anos 70, quando iniciavam-se os primeiros passos para a mudança de imagem do Renascença, que trazia dentro da sociedade a marca do clube negro, famoso pelas suas belas misses e mulatas deslumbrantes. Eram todos jovens preocupados com este estigma, que aumentava a cada ano em detrimento da imagem da mulher negra.

Em 1972, os jovens assumiram o Departamento Cultural do clube criando uma companhia de teatro, tendo a frente vários amigos, entre eles os saudosos atores Haroldo de Oliveira e Ubirajara Fidalgo.

Com eles vieram outros nomes como Zózimo Bulbul, Cléa Simões, Zezé Motta, Jacira Silva, Paulo Moura e os Produtores do Teatro Opinião Jorge Coutinho e Leonide Bayer, que contribuiriam para a realização da peça Orfeu Negro no Renascença Clube e posteriormente no Teatro Tereza Raquel, no Rio de Janeiro.

Contestador e ferrenho “radical” em suas convicções, Zózimo começou sua trajetória como ator nos anos 60 no Centro Popular de Cinema da UNE. Seus ídolos eram Grande Otelo e Ruth de Souza.

Sua paixão era o cinema, em 50 anos de carreira dirigiu e/ou partcipou em 4 curtas, 5 médias e 1 longa metragem. Em 1969, ele foi o primeiro protagonista negro de uma novela brasileira, Vidas em Conflito da extinta TV Excelsior, foi um dos principais atores do Cinema Novo e é um dos poucos cineastas negros brasileiros, tendo dirigido filmes importantes de reconhecimento internacional como “Abolição”, filme que marcou o centenário da Abolição da Escravatura em 1988 e Alma no Olho, um curta-metragem que faz uma metáfora sobre a escravidão, ritmado por uma música de John Coltrane. Participou de mais de 30 filmes entre eles Terra em Transe de Glauber Rocha em 1967 e Filhas do Vento de Joel Zito em 2003. Roterizou e dirigiu Dia de de Alforria que teve a participação de Aniceto do Império Serrano.

Bulbul retomou o olhar de diretor com “Pequena África” (2002), “Samba no Trem” (2005) e “República Tiradentes” (2005). Seu mais recente trabalho é o média-metragem “Zona Carioca do Porto” (2006).

Em 2007, Zózimo realizou um antigo sonho e criou o Centro Carioca de Cinema, que anualmente vem difundindo o cinema negro no Brasil e no mundo.

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