A discriminação acontece em qualquer lugar

Este domingo, 20 de novembro é comemorado o Dia Nacional da Consciência Negra. Esta data foi instituída 265 anos após a morte de Zumbi dos Palmares, escravo, símbolo e herói da resistência negra. O dia, que ainda tem pouca visibilidade, possui como objetivo fazer uma reflexão sobre a inserção do negro na sociedade brasileira.

É uma data marcada pela luta contra o preconceito racial, contra a inferioridade da classe perante a sociedade. No Brasil, é comemorado desde o ano de 1960, mas só nos últimos anos é que tem tomado uma proporção maior. A Lei de Nº 10.639, de 9 de Janeiro de 2003, assinada pelo então presidente Luis Inácio Lula da Silva, altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira”, e dá outras providências. A lei passou a vigorar acrescida dos seguintes arts. 26-A, 79-A e 79-B; No “Art. 79-B, o calendário escolar incluirá o dia 20 de novembro como ‘Dia Nacional da Consciência Negra’.

Mas nos dias de hoje, na opinião do ativista negro, essa realidade não mudou muito. O negro ainda sofre discriminação, preconceito frente à sociedade. De acordo com Severo D’Acelino, “não houve nenhuma evolução; o negro ainda é vítima de preconceito. A não ser a evolução do quesito racismo, pois este, agora está institucionalizado. Então o governo dentro dos seus órgãos promove e mantém o racismo e o negro, por sua vez é vítima e faz que não vê, não ouve e nem fala”, disse Severo.

Ainda segundo Severo, a conscientização sobre o negro, ainda não foi solidificada e nem se faz um trabalho intenso em cima desta questão. “A discriminação se dá em qualquer lugar, na delegacia não se registra como racismo e sim ou como outra coisa qualquer; Na verdade a legislação brasileira não criminaliza o racismo. Isto é que é a realidade, porque quando se trata de algum tipo de crime envolvendo o racismo (o negro) sofre qualquer tipo de afronta e a punição sentenciada pela justiça para os agressores, são cestas básicas de alimentos; podemos dizer que o primeiro constrangimento sofrido pelo negro é justamente diante da justiça”, completa.

Fonte: Correio de Sergipe

+ sobre o tema

Itabira de Drummond é a mesma do santeiro Alfredo Duval e dos quilombolas

No final de semana passado estive na região sudeste...

Os lugares da fotografia e do pensamento da pessoa fotografada

Quando vi a “Ilustrada” de 8 de maio na...

Vendas da Nike disparam a reboque de campanha em que Kaepernick é o rosto

Vendas da marca dispararam 31% depois do lançamento do...

Todos os dias uma ação de intolerância e racismo no Brasil

Mais um caso de intolerância, desta vez em Foz...

para lembrar

Marcha nacional pede o fim do genocídio dos negros no Brasil

Organizações também exigem a desmilitarização da polícia e...

Racismo é horror e a gente tem tudo a ver com isso

Por: Marcelo Carneiro da Cunha Estimados milhares de...

Mais armas, mais mortes

Dois importantes estudos sobre violência letal alertam para a...

‘Repito, pacientemente, tudo o que ela fez por mim quando era minha mãe’

Aos 67 anos ganhei uma filha. Uma menina emburrada,...
spot_imgspot_img

PM afasta dois militares envolvidos em abordagem de homem negro em SP

A Polícia Militar (PM) afastou os dois policiais envolvidos na ação na zona norte da capital paulista nesta terça-feira (23). A abordagem foi gravada e...

‘Não consigo respirar’: Homem negro morre após ser detido e algemado pela polícia nos EUA

Um homem negro morreu na cidade de Canton, Ohio, nos EUA, quando estava algemado sob custódia da polícia. É possível ouvir Frank Tyson, de...

Denúncia de tentativa de agressão por homem negro resulta em violência policial

Um vídeo que circula nas redes sociais nesta quinta-feira (25) flagrou o momento em que um policial militar espirra um jato de spray de...
-+=