Imagens idealizadas de um passado lendário projetadas em uma utopia para o futuro são matérias-primas de propagandas ideológicas que causam impactos poderosos na imaginação política das pessoas.
Há muitas variações desta mitologia, mas a noção geral é aquela que estimula uma nostalgia dos “bons e velhos tempos” do passado, que contrastam com os costumes corrompidos do presente.
Alguns desses tempos antigos foram de fato vividos pelos saudosistas. A questão é que a memória não registra tudo de forma homogênea: ela se esquece, seleciona, amplifica detalhes sentimentais insignificantes ou simplesmente apaga aquelas lembranças mais inconvenientes.
A memória pessoal nunca é um registro amplo e fiel da realidade.