Ações afirmativas no Brasil: Debate com Carlos Alberto Medeiros no coletivo Justiça – Luiz Gama

Mamapress apresenta o vídeo de nossa parceira Cultne, da palestra do do professor e ativista negro Carlos Alberto Medeiros, na qual ele discorre sobre o processo de construção do racismo à brasileira do final da escravidão até hoje. Uma aula imperdível para todos os interessados.

Por Bruno Cândido Do Mama Press

Saiu no CULTNE TV – Projeto Diálogos.

Com alegria, damos visibilidade a palestra do Prof. Carlos Alberto Medeiros, que curiosamente aniversaria na data de hoje. O presente certamente é nosso, e para nossos descendentes, que poderão ler, muito deste livro vivo!

Projeto Diálogos realizado pelo Coletivo Justiça Negra – Luiz Gama, uma organização sem fins lucrativos que pretende à promoção intelectual e econômico da Juventude Negra. Tem como missão o empoderamento intelectual e econômico da Juventude Negra, bem como influência no sistema de Justiça.
Cultne esteve presente no plenário da CAARJ/OAB com imagens e edição de Filó Filho, registrando a palestra do Jornalista Carlos Alberto Medeiros que discorreu sobre “O impacto das ações afirmativas no Brasil” com casa cheia na sua maioria jovens de várias áreas, em especial a área de Direito.

CARLOS ALBERTO MEDEIROS é jornalista, militante e estudioso da questão racial, graduado em Comunicação e Editoração pela UFRJ, com mestrado em Ciências Jurídicas e Sociais pela UFF. Autor de Racismo, preconceito e intolerância (com os antropólogos Jacques D’Adesky e Edson Borges) e Na lei e na raça. Legislação e relações raciais Brasil – Estados Unidos, resultado de sua dissertação de mestrado, com o qual iniciou um mergulho nos estudos comparativos abordando as duas sociedades.

AÇÕES AFIRMATIVAS
São medidas especiais de políticas públicas e/ou ações privadas de cunho temporário ou não. Tais medidas pressupõem uma reparação histórica de desigualdades e desvantagens acumuladas e vivenciadas por um grupo racial ou étnico, de modo que essas medidas aumentam e facilitam o acesso desses grupos, garantindo a igualdade de oportunidade. É importante também não perder o foco, pois entre os fatos que nos levam a pensar na implantação das ações afirmativas existe o agravante do baixo nível de formação e capacitação do ensino fundamental e médio nas escolas públicas do Brasil. Ainda que essa problemática esteja arraigada em nossa historicidade, necessitamos de algumas respostas imediatas a essas demandas, por isso a importância de discutir e debater as causas faz-se necessária. Entender de forma ampla e consciente as Ações Afirmativas é também questionar o passado, efetivar o presente e planejar o futuro de forma consciente.
“Consistem em políticas públicas (e também privadas) voltadas à concretização do princípio constitucional da igualdade material e à neutralização dos efeitos da discriminação racial, de gênero, de idade, de origem nacional, de compleição física e situação socioeconômica ( adição nossa). Impostas ou sugeridas pelo Estado, por seus entes vinculados e até mesmo por entidades puramente privadas, elas visam a combater não somente as manifestações flagrantes de discriminação, mas também a discriminação de fundo cultural, estrutural, enraizada na sociedade. De cunho pedagógico e não raramente impregnadas de um caráter de exemplaridade, têm como meta, também, o engendramento de transformações culturais e sociais relevantes, inculcando nos atores sociais a utilidade e a necessidade de observância dos princípios do pluralismo e da diversidade nas mais diversas esferas do convívio humano”.[1]

[1] GOMES, Joaquim Benedito Barbosa. Ação Afirmativa & Princípio Constitucional da Igualdade: o direito como instrumento de transformação social. A experiência dos EUA. Rio de Janeiro: Renovar, 2001, p. 6-7.
Fonte: UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina

 

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